quinta-feira, 18 de outubro de 2007

Edição Especial - O Alfaiate


Um dia me contaram uma história. Como qualquer outra. Com começo, com meio e sem fim. Tem passado. Tem presente. Mas ainda não tem futuro. Um dia um alfaiate me contou uma história. Uma historia que nunca esqueci. Não pude. Seria traição. Omissão. O Alfaiate me contou a história no dia 15 de setembro do ano de 2006. Seria mais bonito, mais romântico, se a historia tivesse sido pronunciada no final do século XX... Mas não, é recente. 2006. Hoje, mais de um ano depois, decidi contar essa história.
A “fonte” de todo jornalista deve ser respeitada e cultivada. A fonte tem as rédeas da carroça do profissional e se ela puxa, ele pára. O Alfaiate me pediu para não publicar a história nos mínimos detalhes. Na verdade, não deveria dizer qualquer coisa. Por este motivo, não vou ser objetiva, não vou ser clara e realmente espero que você não entenda. Mas é uma historia que nos faz pensar. Uma história que se levada a sério, poderia acabar com toda a estrutura de um povo. Destruir o que há de mais concreto em um país. Não faço acusações, não aponto dedos e não faço críticas. Apenas conto. Meu papel como jornalista, neste caso, é de simplesmente contar uma historia sem procurar e tentar provar qualquer possível veracidade na mesma. Então contar pra quê? Conto porque tenho certeza que ninguém vai acreditar. Então, esta aí: O Alfaiate, meu primeiro conto de ficção.


Encontrei-me com o Alfaiate em um lobby de um hotel no centro da cidade. Nunca tinha o visto e sequer falado com ele. A história já me era familiar, pois o encontro foi marcado justamente para ouvir dele, a maior revelação da história deste lugar. Nada como beber da fonte a água mais fresca. O Alfaiate já tinha bastante idade, talvez estivesse em seus 70 e poucos anos. 70 e poucos anos de muita costura, muita historia e muita omissão. Mas o meu papel, não é o de acusação. E na verdade, nem o dele. Conversamos como velhos amigos, sem intuito jornalístico (Talvez com uma pitada de intuito jornalístico). Mas conversamos como velhos amigos, colocando a conversa e as nossas vidas em dia. Sempre fui uma amante de História, gosto de conhecer o passado pra compreender o presente e futuro. (Dizem que o tempo é cíclico, não é?). Mas enfim, colocamos os fatos em dia pela primeira vez. Na verdade, nos apresentamos e contamos um pouco um do outro pela primeira vez. O Alfaiate, sempre muito calmo e interessado, ouvia meus planos de vida, meus sonhos. E temia a pergunta que estava por vir. Ele sabia o verdadeiro motivo pelo qual havia agendado uma “conversa” com ele. Ele sabia que teria de me contar tudo, porque era dele que eu queria ouvir. E o medo dele, o grande medo dele, era que eu viesse a contar a mesma história um dia. Ele temeu minha curiosidade, minha insistência e minha paixão: o jornalismo. Dizem que o jornalismo vai matar o jornalista, mas vai mantê-lo vivo enquanto ele o faz. E é bem por ai. Existem lugares onde não podemos ir. Situações onde não há espaço para questionamento. Existem historias que não devemos tentar encontrar qualquer veracidade dentro dela. Devemos deixar de lado, omitir. E hoje, venho e lhes escrevo com apenas um objetivo: concretizar o grande medo do Alfaiate.


Como disse, encontrei-me com o Alfaiate em um lobby de um hotel no centro da cidade. Caso não tenha mencionado antes, a cidade era São Paulo. O tempo estava quente quando estacionei meu carro em frente ao hotel. O recepcionista me disse que já me esperavam no lobby próximo ao bar. Subi as escadas barulhentas. Escadas de madeira apodrecida. A porta de vidro era pesada. Hoje não sei se ela realmente pesava tanto assim ou se era o peso da minha ansiedade e nervosismo. Uma ansiedade e nervosismo que ainda me eram estranhas. Era a primeira vez que alguém me contaria alguma coisa de inestimável peso. Penso que até hoje, nada me marcou tanto. Nada veio com tanta força e nada me deu tanto desejo de explorar, de entender. Mas fiz nada a respeito. Sempre ouvi com serenidade, absorvi com serenidade e hoje lhes conto com o mesmo sentimento. Não pretendo levar nada à diante, não pretendo fazer capa de jornal. Mesmo porque não há como provar – lembre-se: é apenas ficção. Quero apenas tirar isso do meu peito e conseguir, finalmente, ignorar. Obviamente, não sabia que me sentiria dessa maneira hoje em dia. Se soubesse, certamente não teria atravessado, com grande esforço, a porta de vidro. O lobby era escuro, apesar das luzes amareladas. O ambiente era pesado e cheirava a mofo. Assim que entrei, havia um bar ao meu lado esquerdo, com centenas de copos de vidros pendurados de ponta cabeça. Copos velhos e já desgastados. Caso não tenha mencionado antes, o hotel era simples e bastante velho. A entrada do hotel era nada mais que uma porta pequena, quase que imperceptível a quem passava com pressa pelas ruas do centro paulistano. - Voltemos ao lobby. Ao lado esquerdo do bar, meu lado direito, um homem de cabelos brancos sentava-se curvado sobre a mesa com um copo de uísque entre as mãos. Ele observava o gelo derreter aos poucos enquanto devaneios invadiam sua mente. Distraído, não me ouviu entrar e sequer sentar ao lado dele, em uma cadeira de madeira estragada. Demorou alguns instantes até que ele levantasse os olhos e notasse minha presença. Com um sorriso morto, ele permaneceu calado. E nesse sorriso, vi sua tensão, senti sua apreensão. Por algum motivo, tinha certeza de que o homem ao meu lado, era o Alfaiate. Não perguntei, não questionei. Apenas sabia. Talvez pelo ar de medo que o circundava enquanto mirava aquele gelo flutuando e derretendo dentro da bebida quente. Era claro que aquela não era sua primeira dose de uísque. Era claro que ele havia sentido aquele calor descer e queimar e atravessar cada parte do seu corpo milhares de vezes durante muitos anos passados – e também naquela tarde. Por alguns minutos, permaneci calada e o perdi. Perdi sua atenção que havia sido voltada ao gelo. Finalmente criei coragem e mesmo já sabendo qual seria a resposta, perguntei seu nome. Ele me respondeu com toda a calma do mundo – “Sou o Alfaiate”. Eu esperava ouvir o seu nome, mesmo que já soubesse. Pelo menos seria algo mais humano, que nos aproximaria. Criaria uma intimidade automaticamente. Conversaria com ele de igual para igual e assim, nosso papo fluiria. Mas não. Seu nome não foi pronunciado uma vez sequer, durante toda aquela tarde. Muitas vezes, me peguei quase dizendo o seu nome, mas antes que eu terminasse, as silabas morriam na minha boca. E foi assim que começou a minha tarde com o alfaiate.


Como disse, conversamos como se fossemos velhos amigos. Mas isso só aconteceu quando o gelo derreteu. Ele não tinha mais aonde desviar o olhar e se perder na distração. Ele se mostrou um ótimo ouvinte e uma pessoa com perfeita dicção. Ele escolhia cada palavra com muito cuidado, com muito medo de errar. Aliás, percebi aos poucos, a cada gesto e frase, que ele era um homem que vivia no medo. Ele me contou que durante sua carreira havia feito ternos para todos os tamanhos e costurado para os homens mais elegantes da cidade. Ele já havia conhecido as mulheres mais lindas da época e havia desfrutado do melhor da elite paulistana. Aos poucos, me contou que em todos os anos de profissão, ele havia presenciado muitas situações e ficado sabendo de muita coisa que ele nunca havia contado a ninguém. “Um alfaiate está lá pra costurar. É como se ele nem estivesse lá. Faz seu trabalho e vai embora”. Assim ele definiu seus anos na profissão. Ele nunca teve a coragem de enfrentar, questionar ou tentar entender. O Alfaiate sabia de tudo, mas continuava costurando. Ouvia tudo, mas continuava costurando. O Alfaiate é o tipo de testemunha que ninguém percebe a ameaça que ele apresenta até ameaçar, pois sempre muito quieto, presenciava, via, ouvia e sabia de tudo. Mas não este alfaiate. Este era leal. Era omisso. Até aquele dia.


Naquela época eu ainda era uma estudante de jornalismo. Na verdade, ainda sou, mas ainda não trabalhava na área. Ficou confuso. Comecemos novamente: Naquela época eu ainda não trabalhava na área de jornalismo. Não havia me deparado com o jornalismo verdadeiro. Eu entendia, antes mesmo de sentir, o que era ser jornalista. Mas até então, nunca havia sentido o sangue pulsar e correr desesperadamente pelo corpo. Queria perguntá-lo sobre a história, queria que ele me explicasse, queria que aquela música fosse cantada com a sua voz. Não sabia como perguntar, pois ele parecia estar evitando o assunto muito mais do que eu. Mas ele não mostrava nenhum indício de que iria tocar no assunto. Já eu, estava suando. Não gosto de parecer desesperada, mas aquela historia havia me consumido há semanas. E não pensei duas vezes antes de armar a entrevista. Caso eu ainda não tenha mencionado, fiquei sabendo dessa história através de um grande homem. Um homem que considero parte da minha família. Não vou dizer quem, pois não quero que ninguém tire conclusões ou entenda algo que não estou dizendo. De qualquer maneira, o Alfaiate havia contado antes pra ele. Não acreditei como espero que você não vá acreditar. E por isso, marquei a conversa. E é por isso que precisava tanto que ele me contasse com suas próprias palavras, sem o exagero do “telefone sem fio”. Sem qualquer informação mal-interpretada e tudo bem claro. Ele finalmente ameaçou começar o que eu achava estar tão longe. Limpou a garganta e recomeçou – “Sei porquê você está aqui”, e pausou. “Claro que sei. O que eu não sei é porque vou contar isso pra você, afinal esta é a primeira vez que nos encontramos. Você trabalha com jornalismo ou apenas estuda?” E eu respondi. Eu era apenas uma estudante. Que se esqueceu de levar o gravador no dia mais importante da carreira jornalística dela até então. E isso foi um alivio para o Alfaiate. Sem um gravador e sem qualquer experiência, ouvi atentamente, anotando uma frase aqui... Outra ali.


Depois de algumas horas ele suspirou e disse “Enfim, você já ouviu tudo que queria e precisava. Para um bom entendedor, meia palavra basta. E pra um jornalista, nem meia é necessária”. A história, na verdade, é curta. É rápida. E é simples. Essas horas, talvez, nem existiram. Talvez não tenham passado de minutos. Entre pausas, goles de uísque e excessivos pigarros, o Alfaiate encerrou a história. Com um olhar triste, porém, mais iluminado do que o ensaiado no começo daquela tarde, ele mordeu o lábio inferior.


A História

Ele não soube me dizer a data. Hoje sei que ele não quis me dizer a data. Talvez para eu não ligar os fatos, estabelecer relações não permitidas. Mas gosto de pensar que ele gostaria de ter me contado tudo. De não ter poupado qualquer detalhe, nome ou data. Mas ele não o fez. Tentei contatá-lo de novo, há alguns dias, mas sem sucesso. Queria, novamente, ouvir dele, a verdade. Mas dessa vez, queria nomes. Datas. Queria detalhes. Mesmo sem essas peculiaridades, vamos lá.


Naquela manhã, o Alfaiate havia perdido a hora. O relógio já marcava 06h37min - 37 minutos a mais que o de costume. Rapidamente, se levantou da cama e em questão de minutos, já estava vestido e tomando café na copa. Café que ele havia coado na noite passada e que agora, não aquecia mais a sua garganta. Ele não deve ter percebido que o café estava gelado, pois em apenas um gole, matou a xícara inteira. Enfiou um pedaço de pão amanhecido na boca e saiu pela porta da frente, desceu as escadas e saiu do prédio. Andou quase 500 metros quando percebeu que havia esquecido sua maleta de alfaiataria, o que dificultaria muito o seu trabalho. Subiu rapidamente as escadas e teria descido em questão de segundos, se não fosse aquela velha porta de madeira que sempre emperrava. (Ele já havia ligado para o marceneiro umas três vezes só naquela semana e nada do moço aparecer). De qualquer maneira, quatro minutos depois, ele estava de volta à rua. Justamente hoje, ele não poderia se atrasar. Hoje o cliente era importante. Em dois anos de serviço com este freguês, ele jamais havia se atrasado no dia da visita. Nem uma vez. E esta seria a primeira.


O Alfaiate já conhecia bem o caminho, conseguiria ir de olhos fechados. Ele havia conquistado a lealdade de todos seus clientes: nunca atrasara uma entrega, jamais cometera qualquer erro em um terno e sempre recebera elogios. Fazia isso há anos e com o passar do tempo, ele conquistou também, a confiança dos clientes. Quando ia à casa de alguém, todos seguiam com seus afazeres como se o Alfaiate já fizesse parte da casa. E o mesmo acontecia nas empresas e nos escritórios. Enquanto tirava a medida de grandes empresários e advogados, eles não se intimidavam com a presença do Alfaiate e continuavam suas reuniões, tomavam decisões e acertavam contratos. Tudo na frente do Alfaiate. Como ele mesmo disse, os alfaiates não ouvem, pensam ou falam. Fazem seu trabalho e partem. Mas naquela manhã, ele ouviu. Ele pensou, mas não falou nada por anos. Seu cliente de hoje era um homem muito importante no meio automobilístico. Ele e seu irmão. Eram figuras de peso. Clientes leais. Como sempre, ele entrava sem muita presunção e já começava a tirar as medidas. Eles eram do tipo de cliente que não se importavam com a presença do Alfaiate, continuavam seus afazeres como se ele nem estivesse lá. Geralmente perguntavam “Você não se importa se nós continuarmos nossa reunião, amigo?” e a resposta era sempre a mesma, “Claro que não. Não estou aqui”. Então, depois da aprovação, eles seguiam com a calorosa discussão. E era sempre a mesma coisa: discutiam diferentes maneiras de aumentar o preço de seus carros. Entre risadas, doses de uísque e charutos, o Alfaiate costurava aqui, media ali... E sempre, duas horas depois, terminava o trabalho e saia pela porta dos fundos, com a promessa de retornar uma semana depois com os ternos prontos. Em exatamente sete dias, lá estava o Alfaiate, com os ternos em mãos. Impecáveis. Tempos depois, ele retornaria à fábrica com uma nova missão: novos ternos para novas ocasiões. E assim, era a relação dos Irmãos-Poderosos com o Alfaiate, que somente anos depois, foi perceber a estranheza que se passava dentro daquele escritório.


Na manhã de hoje, tudo seria igual. Normal. Eles discutiriam maneiras para aumentar ou diminuir os preços dos automóveis, ele seguiria às cegas e tudo ficaria bem. Uma semana depois, lá estaria ele novamente. Eles perguntariam a ele se poderiam seguir com a reunião sem que ele se incomodasse. E é claro que poderiam. E continuavam. Discussões calorosas animavam o ambiente. Como você certamente sabe, a mudança de preço dos automóveis não é tão sensível assim. Principalmente naquela época. A economia precisa “balançar” e quando isso acontece, o preço sobe ou desce. Hoje o que determina uma mudança na economia é diferente de 30 ou 40 ou até 50 anos atrás. Hoje temos o frete, a carga tributaria; 30 ou 40 ou até 50 anos atrás, eles tinham o Luizinho. “Chamem o Luizinho!” – o Alfaiate ouviu muito essa frase durante seus anos de trabalho com o Irmãos-Poderosos. Luizinho era apenas um garoto. Em meio às discussões sobre o valor de seus automóveis, um dos Irmãos mandaria chamá-lo. Minutos depois, um jovem entraria na sala e se sentaria à frente de um dos Irmãos. Uma mesa de vidro com um valor incalculável separaria os dois. E isso virou uma rotina. O Alfaiate já conhecia o menino Luizinho apenas pelo barulho de seu sapato contra o chão. Já conhecia o som de seu caminhar, pois raramente levantava os olhos para encará-lo. Luizinho não ficava mais de 30 minutos dentro do escritório: as reuniões eram sempre muito rápidas. Era como se o Luizinho trouxesse a solução sempre. E uma solução imediata. Era como se ele caísse do céu. Na verdade, quem bolava as soluções eram os próprios Poderosos; Luizinho apenas as colocava em prática. E isso ele fazia muito bem. Sentava-se de costas para o Alfaiate, o que incomodava nosso amigo. Era como se o menino temesse qualquer aproximação, qualquer envolvimento. Mas o Alfaiate fingia não perceber.


“Chamem o Luizinho!” – o jovem entrava e imediatamente se dirigia à mesa. Não falava, apenas encarava o terno a sua frente, pronto para receber ordens. Com um estalo de dedos, um dos seguranças se aproximou com uma maleta de couro surrada. De dentro, sempre saia uma alta quantia de dinheiro. O Alfaiate nunca soube o valor exato e se era sempre o mesmo valor a cada visita do garoto, mas eram muitas notas, muitas pilhas de notas. Era muito dinheiro. E tudo isso era colocado à frente de Luizinho, sobre a mesa de vidro: “Luizinho, você já sabe. Desta vez, quero que você inicie a greve na próxima quarta-feira e encerre três dias depois. Esse valor deve ser o suficiente”. E com isso, Luizinho guardava o dinheiro e saia pela porta. Algum tempo depois, ele estaria de volta. Sentaria à mesa. Combinaria uma nova manifestação, uma nova greve. E sairia com o dinheiro debaixo do braço. Por sua vez, os Irmãos-Poderosos, com o pequeno “balançar” da economia brasileira, mexiam no valor de seus automóveis. É claro que o Alfaiate ouvia e assistia e pensava. É claro que ele sabia que alguma coisa de estranho (e errado) acontecia a cada visita do jovem Luizinho à fabrica de automóveis. Mas não foi até muitos anos depois que ele entendeu o que ele havia presenciado por anos. Do que ele havia sido testemunha durante todas aquelas manhãs. Não foi até muito tempo depois que ele reconheceu o jovem revolucionário. Não foi até muito tempo depois, talvez tarde demais, que ele conseguiu assimilar exatamente em quê o menino Luizinho havia se tornado. E em quem ele havia se tornado.


E como já dizia o Alfaiate, para um bom entendedor, meia palavra basta

4 comentários:

Anônimo disse...

Bárbaro!

Anônimo disse...

Andreza,
Parabéns!!Você foi sutíl, esta fazendo um jornalismo limpo e com o intuito de fazer com que as pessoas raciocínem sobre uma situação "fictícia", mas realistica. É disso que precisamos, de um jornalismo sem opiniões ou induções, apenas fazer com que seus leitores pensem e possam opinar por si próprio.

Anônimo disse...

Sensacional!

Anônimo disse...

Muito inteligente.