segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

Enquanto isso no Brasil... Mudanças, já!

Agora sim! Seja bem-vindo, 2008! Passado o Carnaval, o país começa a entrar no eixo! Aos poucos tudo volta ao normal: a mesma loucura, a mesma pressa! Neste começo de ano ainda todos muito tranquilos, apenas desejando mais um carnaval, mais uma época de festas e mais férias (para os sortudos que as tiveram). O sol já se escondeu novamente, dando lugar à chuva torrencial e ao friozinho que assombra os estados mais baixos do país. O prometido verão insuportável já não assusta a maioria, mas faz com que muitos lamentem o fim de mais um período quente - algo que, pelo menos na cidade de São Paulo, não se via há muito tempo. Falando em pegar fogo, os Estados Unidos já estão, "politicamente", a todo vapor!

Enquanto isso no Brasil, a febre é outra! Febre amarela! Vê se pode? Em pleno ano 2008, nosso país enfrenta uma crise como esta! Sei que lugar de crise é no Brasil, mas febre amarela? Acreditem: muitos estrangeiros me perguntaram se precisariam se vacinar para ir ao Brasil! Eu disse que sim, mas não contra febre amarela! Haha. E o mundo está, cada vez mais, de pernas para o ar! Galinha no México bota ovo verde enquanto em São Paulo, motoboy ganha faixa exclusiva! Como se não bastasse, o transporte público paulistano ficou ainda mais caro!

E a Justiça brasileira finalmente mostrou eficiência! Os quatro acusados pela morte de João Helio foram condenados. Pudera, passado um ano e com a pressão de uma das maiores repercussões da mídia dos últimos tempos, o que mais era de se esperar? Enquanto isso, um dado assustador: a cada sete minutos, um preso é solto em São Paulo! (E ainda insistem no indulto). Falando em eficácia, agora cachorro tem faro para identificar CDs e DVDs piratas! Pena que não para encontrar telas de Portinari e Picasso! Com certeza teriam encontrado os envolvidos no caso Masp bem antes da polícia!

E depois de um breve "passeio" pelo Chile, os parlamentares brasileiros ilhados na Antártida voltaram para casa! A Marinha deveria fazer mais convites desse naipe aos políticos! Boa estrátegia para ser aplicada lá no circo brasiliense, que agora, até Lobão tem! Estamos em ano eleitoral...Mudança? Mesmice? Devemos encarar como uma nova oportunidade para o crescimento! Estou confiante! Quem sabe, desta vez, qualquer coisa mude? Enquanto isso, que tal uma viagem à Antártida, presidente Lula?
Mil perdões pelo atraso! Esta crônica foi impressa no jornal Nossa Gente, edição nº11.

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

Voltar

Voltar de viagem pode ser difícil. Ir é sempre mais fácil, pois mesmo que você esteja deixando para trás pessoas queridas e até projetos de vida, você interrompe aquela rotina incessante que lhe consome (e para ser bem sincera, é um dos motivos que te levaram a sair daqui). Você muda de ares, fica entretida com o "novo" e realmente, tudo é novidade. Mas voltar requer um esforço muito maior. Por mais que as saudades gritem e as responsabilidades comecem a pesar, "estar de volta" pode ser bastante complicado. Passei os últimos quase-dois meses fora do Brasil. Conheci 13 cidades diferentes em oito países distintos. Peguei 14 vôos e fiz oito viagens de trem. Gosto de dizer que este tipo de experiência pode mudar a vida de alguém -se o mesmo estiver aberto para isso. Essa mudança nem sempre é muito aparente... Claro, seu cabelo cresceu, você engordou um pouquinho e, caso esteja voltando do frio da Europa, sua pele nunca esteve melhor (e a mudança climática é de apenas 35 graus...) Mas fora isso, nada visível. A mudança é interna. Não posso falar pelos outros -principalmente depois de conhecer um garoto que vive em Barcelona há quatro meses e não faz nada além de dormir e ser reprovado em um curso de espanhol (pela terceira vez)- mas posso falar por mim. Aos poucos percebi diferenças na minha atitude, em meu jeito! É muito curioso ver como estar rodeada de pessoas, costumes e idiomas diferentes pode "moldar" um pouco sua personalidade. Você automaticamente se torna mais paciente, ou impaciente, curioso e com vontade de abraçar o mundo! Mas neste relato não quero falar da viagem, e sim, da volta!
Voltei para me deparar com pequenas mudanças... Um novo copo de requeijão na minha geladeira... O shampoo novinho no meu banheiro já acabou e um outro já está pela metade. Voltei para uma nova lâmpada no abajur, novas pilhas no controle remoto, um novo saco de arroz e provavelmente a mesma lata de Nescau. Supermercados e prédios brotaram do chão, São Paulo ficou mais bonita, assim como a minha casa. Voltar é ver com novos olhos, é enxergar uma novidade em uma banalidade costumeira. Re-conhecer sua base, o importante e o essencial. Re-começar de onde parou e re-inventar uma vida, uma rotina...um novo "você". E o famoso clichê, "aprender a dar valor". Voltar é dar valor. Voltar é ver beleza em algo que já havia perdido a graça para você... É encontrar suas coisas exatamente como você as deixou (inclusive seu armário que teve outro dono enquanto esteve fora). Mas a melhor parte de voltar é abraçar sua família, seus amigos, seus bichinhos de estimação...abraçar todos que você "deixou para trás". É dormir na sua cama, deitar no conforto do mesmo travesseiro que ainda tem seu cheiro, comer a mesma comida de sempre, tomar banho no seu banheiro... Enfim, estar em casa. E finalmente perceber que, no final das contas, nada mudou.