segunda-feira, 31 de março de 2008

Copan é uma cidade vivida em ondas - Entrevista Oscar Niemeyer

(Matéria realizada por Andrezza Duarte e Kátia Kiss para o jornal Diretriz, da Universidade Presbiteriana Mackenzie)

Em entrevista exclusiva ao Diretriz, Niemeyer revela a receita para viver 100 anos e fala sobre o Copan, o maior edifício residencial de São Paulo

Oscar Niemeyer. Quem não conhece? Seja pelo projeto dos prédios de Brasília ou pela sede do Partido Comunista Francês, esse nome não soa estranho a ninguém. O arquiteto carioca mais importante da história brasileira completou seus 100 anos de idade em dezembro de 2007. Niemeyer é o mestre de muitas obras espalhadas por todo o mundo e é um profissional conhecido no cenário internacional. Entre as obras erguidas em São Paulo está o Edifício Copan, um prédio que desperta a curiosidade nos olhos de quem transita
pelo centro paulistano. Sua geometria sinuosa encanta e desafia os mais modernos arquitetos da atualidade. Muitos consideram seu formato semelhante ao de uma onda ou, até mesmo, da bandeira do Estado de São Paulo ao vento. O Copan também é conhecido por ser o maior edifício residencial da cidade e por abrigar pessoas tanto de alta quanto de baixa renda.

Os números deste cartão postal impressionam: cerca de 5.000 pessoas residem no condomínio, distribuídas nos 1.160 apartamentos existentes. Em seus 120 mil metros quadrados, podem ser encontrados apartamentos residenciais e comerciais, que abrigam lojas de roupa, salões de beleza, restaurantes, mercados e até uma igreja. Assim como se caracterizam os edifícios da arquitetura moderna, que buscaram inspiração na produção industrial do século XX, enxergando a moradia como uma “máquina de habitar”, segundo conceito do arquiteto Le Corbusier.

Ainda na cidade de São Paulo, Oscar Niemeyer deixou outras marcas, tais como o Conjunto do Ibirapuera, um grup
o de pavilhões feitos para a comemoração dos 400 anos da cidade, e o Memorial da América Latina. Brasília e Niterói também abrigam outros trabalhos do arquiteto. Somente no Rio de Janeiro, há aproximadamente 126 construções projetadas por ele. Entre suas obras mais famosas no Brasil, estão o Congresso Nacional, o Palácio da Alvorada e a Casa das Canoas. Niemeyer ainda se mantém ativo em seu escritório de arquitetura no bairro de Copacabana, no Rio de Janeiro. Apesar de tantas obras, ele afirma não ter nenhuma predileta e garante que a realização de seus projetos, elaborados com o maior interesse e zelo profissional, já lhe é gratificante. Oscar Niemeyer foi considerado pela empresa de consultoria global Synectics, como um dos maiores gênios vivos, assumindo a nona colocação entre 100 grandes nomes.

Quando questionado sobre a origem de sua inspiração para o Copan, Oscar Niemeyer afirma em entrevista exclusiva ao Diretriz que “a idéia de fazer um edifício tão original e diferente não veio de nenhuma inspiração especial, mas surgiu baseada nos dados que me foram apresentados, como o programa, o terreno e a área em que o prédio iria ser construído - dados essenciais para qualquer arquiteto elaborar um projeto”. Há quem diga que Niemeyer abandonou o projeto do edifício antes de seu término, mas ele diz nunca ter ouvido tal coisa. Para ele, a construção do Copan enfrentou os mesmos problemas que qualquer obra de grande porte em nosso país, porém ele garante que só encontrou ‘boa vontade das pessoas envolvidas’. Para o arquiteto, a importância do Copan é “agradável” pois é um projeto que ele se lembra com carinho.

Qual a receita para um século de vida? “Primeiro, sentir a fragilidade do ser humano, ser modesto, reconhecer que pouca coisa, na realidade, é importante. Depois, ter na solidariedade a minha principal preocupação”, salienta Niemeyer. Em outra entrevista, dada recentemente ao jornal britânico The Times, Oscar Niemeyer filosofa sobre o ‘hoje’: “a data não é importante. A idade não é importante. O tempo não é importante. A vida é muito fugaz. É importante ser gentil e otimista. A gente olha para o que passou e pensa no que fizemos de bom em nossas vidas. Foi uma vida simples, foi modesta. Cada um cria a sua história e segue adiante. É isso. Eu não me sinto importante, em especial. O que criamos não é importante. A gente é muito insignificante”. Mas cá entre nós, de insignificante ele não tem nada.

Andrezza Duarte & Kátia Kiss

Filho

Recentemente, a história de uma mulher me comoveu. Seu filho se envolveu com drogas e hoje tanto a vida dele, como a dessa mãe, estão destruídas. Sei que ela não é a única. Histórias assim se repetem a cada dia e, por isso, escrevi essa carta baseada em como essa mulher me fez sentir. Não sou mãe, mas em casos como esse, eles são meus filhos também

Querido filho,

Me preocupo com você. Minhas palavras foram em vão. Admito, não sei muito mais do que você, mas o que sei, lhe faria bem. Me preocupo com você, querido amigo. Os conselhos que te dei somente me tiraram o fôlego e me secaram a saliva, seus ouvidos foram fechados para mim. Me preocupo com você por eu ser agora tão insignificante quando você julga o que é melhor para a sua vida. Me desespero ao ver as coisas das quais você abriu mão, quando vejo o que você tem feito consigo mesmo. Meu filho, meu amigo: estenda sua mão, permita que eu lhe puxe para perto de mim. O que sei sobre essa vida repentina, não chega perto de sua verdade, mas apagaria as suas mentiras. Me preocupa conhecer sua obscuridade, sua falta de sede de vida. Me dói ver o quão fundo você chegou sem olhar para trás, sem luz. Querido amigo, de mim você tomou o leite, levou a alma e ao final de tantos e tantos dias, fui seu aconchego. Hoje não tenho peso, ou voz, não tenho mais o calor que calentava o seu sossego. Diga-me o motivo de sua repente espalda... Onde foi que eu errei? Lhe abandonei? Qual gesto, briga ou palavra fez você deixar de confiar em mim? Cheio de vida, movido pela som da vida e do seu ritmo, hoje tem olhos mareados, desencontrados, olhos que esperneiam por atenção.

Querido filho, me preocupo com você. Os estudos, você deixou de lado; suas paixões foram esquecidas junto com tudo que você jurou lembrar para o resto da vida. Já não posso dizer que foram os amigos ou as companhias - hoje sei que é você o seu maior inimigo. Seu corpo já nem está tão bonito, já amarelou, perdeu a leve luz do sol espelhada na sua pele. Quando foi que te perdi? Perdoe-me, não enxergo. Trabalhei demais? Lhe deixei solto demais? Confiei na criação que lhe dei e entreguei você para o mundo. Não fui a melhor mãe, claro que não. Mas não perdi um jogo seu, não deixei de comemorar uma vitória sua. Você, tão pequeno, cheio de curiosidades e sonhos... Quando foi que você cresceu? Eu não vi.

Parece que já não vivemos na mesma casa mas, ainda, seu quarto está ao lado do meu. Você já é um homem, mas perdi a conta de quantas noites passei sentada ao seu lado, olhando você dormir. Engraçado, você ainda dorme de bruços. Hoje você tem barba no rosto, pele áspera e chega em casa depois do sol. Mesmo assim, só lhe reconheço quando você dorme. A serenidade não enfeita mais o seu rostinho, mas filho, você ainda dorme do mesmo jeito. Meu pequeno, você ainda dorme de bruços. E é assim, vendo você dormir que lhe mantenho presente na minha vida. É durante o seu sono, sem sonhos, que te conto do meu dia. Minhas preces não perderam força mas minhas forças é que enfraqueceram, perdidas em minhas preces. Querido filho, é quando você dorme que tenho a certeza de que você está vivo... E isso somente porque sinto e ouço o seu respirar. Porque em qualquer outro aspecto de sua vida e do seu dia, seu coração já esqueceu de bater. E o meu também.

domingo, 30 de março de 2008

"Dia sem sentido que faz todo o sentido do mundo"

Boa noite.
E que noite! Calor, frio, noite estrelada...
Mudanças em vista! Hoje mudei de país, cidade, saí da Via Láctea mas não do meu quarto! Como a mente pode ir longe quando o tempo voa! O dia foi uma reunião de respostas, uma verdade mascarada entrelinhas. Um dia resumido em uma taça de vinho, em três horas de estudos muito interrompidos e nas soluções dos porquês da gregária vida humana. Em outras palavras, estudei para a tão confusa e dramática disciplina de Psicologia. Cheguei à conclusão de que o ser humano é completamente louco. Falamos, fazemos e pensamos coisas e motivos movidos completamente pelo nosso inconsciente. Garanto que irá além de "ser ou não ser" ou de "como você se sente hoje". Novamente, enfrento uma crise de writer's block. Como você pode ver, eu não tenho um objetivo definido com este post... Apenas para expressas sentimentos à flor da pele. Olhos inchados, corpo dolorido e desânimo visível. Será gripe? Desilusão? Saudades? Qualquer que seja o motivo, os sintomas são os mesmos. A diferença é que na gripe você espirra, na desilusão você quebra a cara e no heartbreak (sinônimo claro de saudades no momento), no famoso "coração-partido", você chora. Sutis diferenças. Leves e, muitas vezes, imperceptíveis. A intensidade e a quilometragem é o que define estas diferenças, que caracteriza um resfriado de uma vida que, de repente, perdeu seu tão-pisado chão.
Quero mudar o foco deste blog! Quero falar da febre Hilary-Obama ou até mesmo comentar e analisar a última Ata do Copom. Sinto que deveria abrir um espaço maior para o mundo, para a atualidade. Mas a verdade é que este espaço é meu e que é aqui meu lugar de entrega. Para falar do mundo, escrevo para o NOSSA GENTE. Aqui, nesta tela não muito maior que 20cm, é onde me encontro. É onde posso ser eu mesma. Sem restrições. Sou jornalista... Mas acima de tudo, sou GENTE e preciso de um lugar onde eu possa viver uma gripe, uma desilusão, uma alegria e até mesmo, um lugar onde posso jogar tudo pro alto logo depois de perder um grande amor.

quarta-feira, 12 de março de 2008

O Inimigo Está Ao Lado

Bom dia pessoal!

Devido a recentes episódios polêmicos, publico hoje aqui, um post sobre crimes virtuais. Esse novo inimigo ameaça a sanidade e saúde do mundo eletrônico, poluindo e descaracterizando os melhores aspectos da Internet. Não há segurança e não há tranquilidade. Os crimes virtuais são os grandes inimigos deste século.

A violência ultrapassou barreiras. Saiu das ruas, saiu das favelas e saiu dos faróis. A violência não pode mais ser resumida em seqüestro, bala perdida e assalto. Ela entrou na sua casa, invadiu a sua vida e agora está em toda a parte... E o pior de tudo: saiu do seu computador. Os crimes virtuais estão se tornando cada vez mais ameaçadores para os internautas, principalmente para os jovens expostos ao mundo virtual diariamente. A grande verdade é que a Internet tomou dimensões incríveis em um curto período. A curiosidade que foi gerada nas pessoas apenas impulsionou o crescimento desse fenômeno tecnológico. A cada dia, coisas novas são descobertas, criadas, feitas e desfeitas com um simples click do seu mouse. Eis o poder virtual! A realidade foi substituída por uma nova vida virtual e relacionamentos são mantidos por meio dela. Mas se a vida real foi parar na Internet, é claro que todos os seus pontos negativos foram junto... O crime, inclusive. Burlando a ética, muitos escolheram o mundo virtual como uma porta para realizar atos de violência, como divulgar, expandir e tornar acessível, a pornografia infantil. A polêmica gerada a partir disso foi tão grande, que há sérias penalidades para os criminosos virtuais. Mas o crime vai além: com as mais novas ferramentas, o sequestro também se tornou uma realidade na Internet. Os usuários divulgam dados sobre suas vidas em sites de relacionamento, como o Orkut, e ficam expostos a possíveis seqüestros, pois a partir das informações divulgadas, qualquer um tem acesso a sua vida. Com a Internet, você pode ser encontrado em qualquer lugar do mundo. Os tão comentados "Crimes Virtuais" assustam e ameaçam a população cada vez mais. É necessário estar sempre alerta, principalmente quando se tem filhos. Filtre os sites acessados por eles e assegure o bem-estar de todos. Preserve-se e tenha cuidado ao divulgar informações sigilosas. Em entrevista, o ex-delegado Fábio Garcia* afirma que "estamos expostos à essa violência" e garante que esses crimes não serão tolerados. "A pena não é menor ou menos eficaz para crimes virtuais. Devemos estar sempre alertas, pois eles estão dentro do nosso computador". A Internet é um novo mundo, a chave de acesso a uma nova realidade. Mas como toda realidade, como todo mundo, o crime também está presente.
*nome original mantido em segredo

terça-feira, 11 de março de 2008

Do fundo do baú, a música que te faz sorrir

Recentemente, ouvi um locutor de rádio dizer que Capital Inicial é a melhor banda de todos os tempos. Os fãs que me perdoem, mas que gostinho musical, hein? Isso só me fez refletir... Nos dias de hoje, o gosto musical está em decadência. “Papas na Língua” como a banda mais votada da semana? CPM, Danni Carlos... Ai! Confesso que ouço músicas bregas mas me pergunto: o que aconteceu com o poder de crítica das pessoas? Já não sabem distinguir o bom do ruim? Um som de qualidade do som de NX Zero? Dizem que a música acompanha o desenvolvimento de uma geração. Então eu posso dizer que a nossa geração está perdida. Não posso concordar com esse fanatismo, essa falta de “feeling”, de bom gosto! Mas não posso culpar quem ouve, mas sim, quem escreve e canta! Se bem que quem ouve não tem a mínima noção do que é música. Mil perdões, mas música vai além dessas bandinhas. E depois ainda dizem que se inspiram em grandes artistas! Ha! Até parece! Se as bandas atuais são frutos de grandes inspirações, socorro! Ultimamente, tenho aberto espaço para músicas tiradas do fundo do baú. E cada vez mais me convenço de que “não se faz mais música como antigamente”. Gênios implacáveis como os meninos do Dire Straits, Supertramp e o meu trio-maravilha formado por Phil Collins, Elton John e George Michael. Guns n’ Roses, Bryan Adams, The Doors, Queen. Toni Braxton, Celine Dion, Tracy Chapman. Preciso continuar? O que quero dizer é: cadê os jovens talentos, frutos verdadeiros destes artistas? Para onde foram as notas de bom gosto, as letras com sentido e sentimento? Tudo muda, claro. Mas para mim é difícil nomear outra música além de “Your Song”, como a mais romântica de todos os tempos. Ou alguma outra mais revolucionária que “The Logical Song”, by Supertramp. Ou ainda uma música com mais sentimento que “Against All Odds”. Uma com tanta história e importância para mim quanto “As The World Falls Down”, do lendário Bowie. Existe alguma música que dê mais força para uma mulher quanto “I Will Survive”? Ou uma que conquiste alguém com tanta verdade quanto “Everything I Do”? Ou letras mais bonitas quanto as de Chico Buarque ou Caetano? Trocadilhos mais inteligentes que os feito por Renato Russo? Acho difícil. Que tal resgatar aqueles discos de vinyl antigos ou aqueles CDs empoeirados? Que tal ouvir uma boa música? Comece por estas indicadas e depois se entregue. Não posso generalizar... Há ótimos grupos hoje em dia. Mas cuidado! Não vá muito além de Coldplay, Dave Matthew's Band e Radiohead. Fique dentro dos parâmetros de Los Hermanos e Aerosmith. E olha que estes nem são tão novos assim! Saiba diferenciar. Gostaria de citar outros artistas que considero importantes na história da música, muitos que valeriam a pena mencionar aqui. Mas vamos em frente. Você pode gostar do lixo musical que invade nossos ouvidos... Mas compare com o que é verdadeiramente música e veja por si mesmo. E depois me diga se o que você anda ouvindo é música ou tentativas musicais. Não caia na moda de Jack Johnson, John Mayer e derivados. Não se entregue ao som de Arctic Monkeys ou do Capital Inicial. É saudável “despirocar” e dar chances para os “sem-talento” de hoje. O importante é você saber voltar. Saber voltar para o verdadeiro significado de música. Mas não dêem ouvidos a mim. Isso tudo não passa de uma opinião. Talvez o locutor da tal rádio tenha mesmo a razão: talvez o Capital Inicial seja a melhor banda de todos os tempos e eu é que me enganei. Então, se este for o caso, aqui vai uma dica: fechem esta página e liguem o rádio! As sete melhores vêm aí!

Abro este espaço para incluir um comentário anônimo que me agradou e com o qual eu concordo. "Anônimo", obrigada pela participação! Sua opinião, e a de todos, é sempre bem-vinda!!

"Concordo em parte. Muitas músicas que foram consideradas "ruins" na década de 90, hoje são clássicos que todos adoram. Minha opinião: toda geração tem o seu ritmo musical, e saberemos se realmente são memoráveis, daqui a 10 anos. Cada tribo tem seu gosto e cada banda fará de tudo para ganhar em cima deste 'gosto'. "

sexta-feira, 7 de março de 2008

Gente

Novamente uso esse espaço para um desabafo. Na verdade, para “verbalizar” uma recente necessidade minha, a necessidade de “gente”. Você já sentiu isso? Bom, essa é a minha primeira vez e confesso que estou um pouco confusa. Eu nunca fui uma pessoa que precisou de outras. Sempre tive muitos amigos queridos próximos a mim e isso é fundamental! Mas ultimamente essa “falta de gente” tem me incomodado e não consigo encontrar outra palavra melhor que “necessidade” para descrever o que eu sinto. Não digo que preciso de mais amigos ou de amigos melhores! Muito pelo contrário! Os que eu tenho são os melhores do mundo! Hoje, a noite está escura e a única coisa em que consigo pensar é em quantas pessoas estão ao meu redor nesse exato momento e que eu nunca vou ter a oportunidade de conhecer. Você já parou pra pensar nisso? Há tantas pessoas nos prédios ao lado do seu, pelo menos uma em cada apartamento. Tem tanta gente para conhecer, pra ensinar, pra aprender, tanta vida pra absorver. Imagine o que cada uma tem a lhe dizer, a lhe confidenciar, cada gota de coragem que lhe dariam! Como seriam bons amigos! Viajariam juntos, dariam boas risadas, brigariam e até sairiam no tapa. Estenderiam um barbante de uma janela à outra com duas latas vazias de leite condensado em cada ponta, e assim, conversariam como duas crianças. Quantas aventuras e memórias nós estamos deixando de viver por não conhecer quem está aqui do lado. Quando digo que preciso de gente, me refiro à sede que tenho de viver e aprender mais e mais com os outros. Não peço amigos, não peço laços indestrutíveis por uma vida inteira. Peço gente. Peço companhia, ouvidos e corações abertos. Peço pessoas que sejam diferentes para que eu possa aprender a respeitar e para que me respeitem. Quero pessoas com seu próprio espaço, pessoas que não abrem mão dele. Quero a mesma pessoa para todas as situações e isso quer dizer que quero pessoas verdadeiras consigo mesmas, que não mudem a cada momento, a cada dificuldade e com cada pessoa. Quero pessoas seguras o suficiente para não precisarem de mim, mas inseguras o suficiente para sentirem a minha falta. Quero gente alegre, gente inteligente, gente que sabe o que quer da vida, mesmo que esse querer se resuma a nada. Quero gente que saiba quando brigar e quando passar a mão na cabeça. Quero pessoas que mesmo quando eu estiver errada, enfrentem o mundo inteiro só para me dar razão e que depois, e somente depois, me encoste na parede e brigue comigo. Preciso de gente que saiba ouvir... E em alguns momentos, somente ouvir. Sei que todos nós temos carências, mas cansei de ouvir sempre. Quero e preciso falar. Não preciso ser ouvido, mas preciso falar. Gritar. Espernear. Bater em panela e fazer estardalhaço. Muitas vezes, só precisamos disso. De um momento egoísta, quando o foco é a gente. É engraçado como todos acham que sempre dão mais do que recebem... Ou seja, muita gente anda distraída. Muita gente passa a vida sem prestar atenção. Eu faço um pedido: gente. Branco, rosa, negro, verde. Alto, anão, formiga, elefante, girafa, mosca ou canário. Com, sem, sim, não. Qualquer um, algum, alguém, ninguém. Seja como for, preciso de gente. Preciso de gente pra jogar pro alto e que ainda consiga cair a tempo de me segurar. Preciso disso e somente disso. De gente. Gente reciclada, gente renovada. “Gente” que sinta falta de “gente”.

quinta-feira, 6 de março de 2008

Enquanto isso no Brasil...Deu pane no sistema!

Um mês de palhaçada no mundo já rendeu história para o resto da vida! Uma sobrecarga de informação incalculável invadiu os jornais mundiais nos últimos 30 dias! Brasil agora é mediador sul americano! Lula – O Apaziguador. Com o vai-e-vem incansável de desculpas e ataques ofensivos, já dá pra fazer uma co-produção cinematográfica entre Venezuela, Colômbia, Equador e Brasil! E o Oscar vai para... "Onde os Fracos Não Têm Vez", estrelando Chávez, Uribe, Correa e nosso queridíssimo presidente, Luizinho, em seu melhor papel! Falando em cinema, o alvoroço causado pelo polêmico "Bope", finalmente valeu a pena! A tropa trouxe o famoso Urso de Ouro de volta ao Brasil, calando as piores críticas ao filme. Com confiança sempre chegamos lá! Aonde quer que “lá” seja!
Cada vez menos conseguimos assimilar a magnitude e a dimensão tomada. De pernas para o ar, a história mundial embarcou em uma nova era: Fidel Castro já era! Estamos vivos para presenciar um dos fatos mais marcantes do século, a renúncia (?) de uma das principais figuras políticas de todos os tempos. E agora? Daqui para frente, o que será do povo cubano? Viverá de charutos! E com papel higiênico! Enquanto isso no Brasil, embriões são a solução! Arriscado, claro! Mas por que impedir o desenvolvimento da ciência? Vamos viver! Dar uma chance à saúde, uma chance à vida! Coisa que brasileiro não faz... E dados comprovam! Este é o país com maior consumo de inibidores de apetite! Que vergonha! Minha gente, que tal aderir à boa e velha academia? Assim ninguém vai precisar de células-tronco!

E um par de asas iria muito bem! A cada ano, o Estado de São Paulo ganha mais de 100 mil novos motoristas! Mais congestionamento, mais irritação, mais acidentes e mais 200 doidos nas ruas a cada dia! É brincadeira? Falando em “palhaçadas”, o presidente Bush revelou seus dotes artísticos! Ensaiou alguns passos em apoio à campanha de John McCain! Sem medo de ser feliz! Entre tapas e danças, a disputa americana segue acirrada! Hillary e Obama dividem o país! Os Estados Unidos se preparam para mais uma decisão importante! Qual será o futuro do país de ninguém? O bem da verdade é que apenas uma coisa importa: o Bush já dançou!


Esta crônica será publicada no jornal americano "Nossa Gente" no dia 16 de março, em sua edição de aniversário. Jornal dedicado à comunidade brasileira que reside na Flórida - Estados Unidos. Faço parte do grupo de colaboradores do jornal e assim, aos poucos, vou me realizando. As realizações vêm aos poucos...e na medida certa.
Aqui vai minha mensagem para toda a equipe do jornal:
"Um ano de luta, suor e finalmente, sucesso. Além de prestar um serviço social, o Nossa Gente informa de maneira descontraída. Mas acima de tudo ele ampara, porque afinal, brasileiro é 'nossa gente' em qualquer lugar do mundo! Parabéns a todos!