terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Enquanto isso, no Brasi... Restrospectiva 2008!

Não há duvida de que a última crônica do ano é sempre a mais difícil de ser escrita. Reunir os principais assuntos que ilustraram 2008 é um verdadeiro desafio. Resolvi, então, adotar uma postura um tanto quanto otimista para conseguir montar esta retrospectiva. Um momento para refletirmos sobre os acontecimentos, analisarmos as dificuldades e torcermos por um ano melhor do que o passado. E, é claro, permitir a introspectiva. 2009 é recomeço, novidade, uma nova oportunidade. Vamos deixar de lado as preocupações que nos pré-ocuparam durante todo o ano e relembrar as principais piadas de 2008...

Ano especial para os esportes: o Tricolor foi hexacampeão enquanto o Timão põe panos quentes sobre o caso com os travestis e contrata o Fenômeno para o time. O grande prêmio vai para o Felipe Massa, orgulho brasileiro na F1. As Olimpíadas não trouxeram títulos excepcionais de volta ao país, mas garantiram momentos deliciosos de torcida. Eleições surpreendentes, surtos de dengue e febre amarela. Ano de Isabella e Eloá, vítimas da crueldade humana. Ano de desastre e tragédia em Santa Catarina, o grito desesperador da natureza. Os incontáveis momentos vividos sob a onda pavorosa da crise econômica americana invadem um novo ano.

Saíram de cena Fidel Castro e Bill Gates, personagens que fizeram história. Um construiu uma nação intocável enquanto o outro criou um universo de possibilidades. Já Barack Obama roubou os holofotes e dá início ao espetáculo. Talvez seja o começo do fim, mas, de qualquer forma, o show será imperdível. E a partir de janeiro, o novo acordo ortográfico entra em vigor! Uma idéia (opa, ideia!) que, definitivamente, veio para confundir. Surgiram hífens entre palavras e caíram acentos, antes, tão indispensáveis. O Brasil deve se adaptar às mudanças quase incabíveis da ‘nova’ língua portuguesa e aceitar suas regras capciosas.

Deve ser o clima de fim de ano que me permite dourar as palavras e envernizar a mensagem, mas admito que me despeço do ano 2008 com bastante pesar. Foi um ano que desmontou algumas das fortes críticas que eu fazia em relação ao país e permitiu que enxergasse essa nação com olhos mais doces. Com fortes expectativas, dou as boas vindas a 2009; um ano desafiador para o Brasil em termos econômicos. Ainda que confiantes, devemos assumir uma postura semelhante à de Harold Winston, ex-primeiro-ministro inglês: sejamos otimistas, mas otimistas que carregam um guarda-chuva.

Feliz Natal e um maravilhoso Ano Novo!

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Enquanto isso, no Brasil... Só se fala nele

É unânime: Barack Obama está na boca do povo, nas manchetes dos jornais, estampado em camisetas, em bonés e, basicamente, em qualquer produto vendável. Sem dúvida nenhuma, ele é a principal notícia do momento. Comparada aos Kennedy, a família Obama representa a mudança que os Estados Unidos vêm desesperadamente buscando. Um suspiro de alívio em meio à cegueira e blindagem americana. O país deu um basta ao domínio republicano e as boas-vindas à tão sonhada democracia. Ainda assim, não há como ignorar: estará ele pronto para chefiar a incrível potência norte-americana? Terá ele as ferramentas para combater e controlar a crise financeira que está se alastrando pelo mundo? Ou será agora a queda do império?

Enquanto isso, no Brasil, a fusão dos bancos Itaú e Unibanco, o G20 e os panos quentes que abafam o impacto da crise por aqui ilustram também uma sugestão de tranqüilidade no país. Sentimento que mascara a verdadeira chuva de pedra que logo, logo cairá sobre nosso telhado de vidro. A começar por São Paulo, que foi palco de desordem no último mês. O jogo inverteu-se e os papéis foram trocados quando policiais civis que reivindicavam seus direitos entraram em grave conflito com policiais militares. Os responsáveis pela segurança pintaram um cenário bastante assustador na capital paulistana. Aliás, a polícia virou motivo de chacota: agora emperra na janela e prova fortemente sua ineficiência e falta de profissionalismo. Na tentativa de resgatar as reféns de Lindemberg Alves e dar um desfecho de conto de fadas ao seqüestro do amor, o Gate meteu os pés pelas mãos. Foi confirmada a suspeita de que a estrutura da nossa polícia é falha.

E para encerrar de vez com o assunto, o segundo turno das eleições às prefeituras brasileiras terminou e definiu os próximos quatro anos. Paes surpreendeu ao vencer Gabeira e Kassab deslanchou à frente da d. Marta. Confesso que a idéia de reviver um período Marta Suplicy já não soava de todo mau, com promessas no setor da educação e um preparo nitidamente melhor. Porém, para evitar qualquer surpresa ao longo do caminho, Kassab nela!

E onde foram parar as blitzes da Lei Seca? É incrível como nada vai para frente. Que novidade! Falando nisso, coração na mão, respiração travada e foi dada a largada! Massa levava consigo o sonho do título enquanto todo brasileiro reconhecia nele traços do Ayrton Senna. As últimas curvas alimentaram a ilusão da conquista, logo estraçalhada pela dura realidade inglesa. Mesmo em primeiro lugar, nosso brasileiro não levou o prêmio para casa.

Estamos no fim de mais um ano. A contagem é regressiva. A queda do império vem aí.

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Enquanto isso no Brasil... Curto Circuito!

Apesar da tão conferida segurança da economia brasileira em meio à crise financeira, o país tem o coração na mão. Os circuit breakers e as quedas bruscas voltaram a dar lugar ao caos. O dinheiro anda em pleno vendaval, levando o mundo à insanidade. Enquanto isso, nosso caro Lula tenta amenizar a condição mundial com panos quentes, levando a tal segurança para as mentes e os bolsos da população. O papel do presidente nessa ocasião, em suas palavras, é passar serenidade para a sociedade (?). Talvez não haja realmente muito mais o que fazer fora isso. Mas serenidade para quê? Para que o povo continue acreditando no Brasil? Arrisco dizer que se depois de tudo a população ainda não abandonou o barco (e ainda tem a coragem de mandar a D. Marta para o segundo turno), é porque alguma coisa o Luizinho tem feito certo! E se serenidade é a melhor ferramenta que ele tem em mãos, vamos considerá-la. A crise pode custar a soprar por aqui, e sim, o país está blindado. Mas somente até certo ponto.

E lá vamos nós ao segundo turno. Todos prontos? Apertem os cintos: alguns Estados podem cair. Certos resultados eram mais do que esperados, mas o elemento surpresa ainda foi o melhor da festa. A primeira etapa das eleições para prefeitos e vereadores nos quatro cantos do país provou que a pesquisa de intenções de voto não passa de uma palhaçada. Alckmin deu lugar à reeleição do homem da Cidade Limpa, que enfrenta a petista ‘relaxa e goza’ no final de outubro. Paes e Gabeira disputam o Cristo Redentor enquanto Lacerda e Quintão vão para o cabo-de-guerra em BH. O PT, não satisfeito em chefiar o país, fica com seis capitais nessa brincadeira de 1º turno. E eu não digo mais nada.

Vamos às boas novas. O Brasil tem tomado partido e se posicionado melhor em relação ao meio-ambiente. Manaus e São Paulo serviram como palco para a realização de dois festivais em nome da sustentabilidade. Com as mais variadas propostas, o About Us promoveu o incentivo à reciclagem e o aproveitamento consciente do planeta. E falando em planeta, a educação agora vai funcionar por toda a parte. José Serra criou a Universidade Virtual do Estado de São Paulo, a Univesp. Apesar do admitido pé-atrás do governador paulista em relação ao programa, serão mais seis mil vagas para estudantes e isso é sempre uma boa coisa, não? E o IBGE divulgou as 12 cidades mais influentes no nosso país. São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília comandaram a lista, seguidos por Manaus, Belém e Fortaleza. Mas acredito que influência seja uma questão relativa e subjetiva. Afinal, quem encabeça esta lista é um dos exemplos de maior ignorância política já vista por aqui. No final das contas, Sr. Presidente, serenidade é justamente a palavra-chave para evitar o curto-circuito brasileiro.
Esta crônica foi publicada dia 16 de outubro, no jornal americano NOSSA GENTE, em sua 19ª edição. Jornal dedicado à comunidade brasileira que reside na Flórida - Estados Unidos. Faço parte do grupo de colaboradores do jornal e assino a coluna ENQUANTO ISSO NO BRASIL. Assim, aos poucos, vou me realizando. As realizações vêm aos poucos...e na medida certa.

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Bate-papo com Dave Matthews

Material divulgado em CLAUDIA, no dia 03/10/2008

Confira trechos da entrevista abaixo e o vídeo com a entrevista completa no final deste post

Em breve passagem pelo Brasil, o líder da banda norte-americana Dave Matthews Band provou que sua legião de fãs brasileiros é poderosa. Com um público na faixa dos 30 anos, Dave Matthews e sua banda se apresentaram em Manaus, São Paulo e Rio de Janeiro no mês de setembro. Os shows não duraram menos de duas horas e meia e levaram as pessoas ao delírio.

Com uma proposta bem diferente, eles ensaiam um estilo musical conhecido como folk rock. A mescla dos sons de violino, saxofone e flauta com os de guitarra, bateria e baixo são traços característicos do grupo. Dave Matthews conquistou o público com seu trabalho na década de 90 com os sucessos Crash into me e #41, entre tantos outros. Desde então, é inspiração para grandes músicos internacionais. A banda já lançou mais de 30 CDs, incluindo os álbuns gravados ao vivo.

Dave é sul-africano e dono de uma voz inconfundível. Ele já foi considerado um dos homens mais charmosos da America e bateu um papo com o CLAUDIA no qual revelou que sua maior inspiração são as mulheres.

CLAUDIA: O Brasil esperou sete anos pelo retorno da banda, desde a participação no Rock ‘n Rio, em 2001. Como foi estar de volta?

Dave Matthews: Eu adoro o Brasil. Nunca imaginei que tivéssemos tantos fãs por aqui e me surpreendi quando milhares de pessoas cantaram comigo as minhas músicas. As noites de show foram divertidas e animadas, não queria sair do palco. O Brasil não pôde ficar de fora quando decidimos trazer a turnê para a América do Sul.

CLAUDIA: Você foi eleito um dos homens mais charmosos da America.

Dave Matthews: Quem disse isso?! Bom, o que posso dizer? Sou realmente charmoso (risos). Mas preciso ouvir isso de mais pessoas, para saber se é verdade. Será que as mulheres de CLAUDIA acham isso?

CLAUDIA: As suas músicas falam muito sobre amor - todas as formas dele. Já que você é o responsável pela criação da maioria das músicas, qual é sua fonte de inspiração?

Dave Matthews: Sou um homem que sabe se apaixonar. Conheci e senti diferentes tipos de amor. Mesclo minha realidade com a idealização de um sentimento perfeito. Acredito que a dor é, também, uma ótima fonte de inspiração. A verdade é que idolatro as mulheres, sou apaixonado por elas. Essa adoração me incentiva a criar.

CLAUDIA: Quais os planos da Dave Matthews Band para o futuro?

Dave Matthews: Recentemente, nosso saxofonista e amigo, LeRoi Moore, faleceu. O trabalho fica mais doloroso. Mas depois da turnê, voltaremos ao estúdio para gravar mais um CD, que deve ser lançado no começo do ano que vem. Como é um trabalho feito em grupo, ele fará muita falta.


Andrezza Duarte

"Amazing what a minute can do" - Dave Matthews

As mirabolantes voltas que o mundo ensaia para dar sentido à vida são engraçadas. Tive algumas provas disso durante minha curta existência e posso afirmar que saber esperar pelas coisas é uma arte. Entender quando algo não flui como deveria (ou como você acha que deveria), não se frustrar quando seus planos deram errado e saber que tudo tem sua hora (e tem mesmo) é fundamental para o desenvolvimento de sua fé e do seu crescimento. Não é segredo para ninguém minha adoração pela banda Dave Matthews Band. Acompanho o trabalho desses meninos há vários anos e, cada vez mais, me encanto com as letras, com a combinação de sons, com a magia e harmonia que sinto cada vez que ouço qualquer música. Fissura? Idolatria? Fixação? Obsessão? Claro. To say the least. Uma admiração à distância - hoje já não tão distante assim - que me manteve viva e que conservou intensa a eterna idealização do amor.

Vou pular todas as etapas que me levaram até ele e ir diretamente ao dia:

Estava sentada no backstage do local onde eles se apresentariam aquela noite ao lado das pessoas mais adequadas para viverem aquele momento comigo. Pessoas que também estavam com o coração na mão simplesmente pela proximidade da realização de um sonho. Distraídos e sem muitas palavras sendo trocadas pelo nervosismo, ouvimos o som de um saxofone rasgar o silêncio - o suficiente para disparar enlouquecidamente nossos corações. Logo, o som de um violino. E finalmente, a voz dele. DELE. Pedi para me beliscarem, acreditem. Esqueci o profissionalismo e corri em direção à música. Estávamos na altura do mezanino da casa de shows então olhamos para baixo, ao palco, e lá estavam eles: Boyd, Carter, Jeff, Stefan and my good friend, Dave Matthews. Essa parte dispensa detalhes, mas sim, assistimos a passagem de som da banda ao som de Say goodbye e Stay or leave - algo raro, raríssimo.

Não tive tempo de recuperar o ar e logo me chamaram para uma sala pequena de reuniões. Pela janela, avistei toda a imprensa à espera na porta da casa. E eu lá dentro, há minutos de viver a minha maior realização pessoal e profissional. Com um sorriso tímido, mas sempre simpático, ele se apresentou “Hello, I’m Dave Matthews”. E foi assim que começou os melhores 15 minutos da minha vida.


Confira no post acima, a entrevista publicada em CLAUDIA.

Andrezza Duarte

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Música pela sustentabilidade

O festival About Us deu uma verdadeira aula sobre Sustentabilidade no último domingo, 28 de setembro. O evento, que reuniu mais de 40 mil pessoas na Chácara do Jockey, em São Paulo, abordou o tema com muita cultura e entretenimento. Foram montadas tendas por todo o local com as mais variadas propostas, como a reciclagem de bitucas de cigarro, a triagem de todo o lixo produzido no evento e oficinas de arte. Os shows de música foram marcados por personalidades nacionais e internacionais que levaram o público ao delírio. As atividades visaram a conscientização sobre a importância de cada indivíduo na luta pelo meio ambiente.

Por uma boa causa
Uma das novidades apresentadas foi a transformação de pontas de cigarro em papel. Foi instalado um grande depositório para os restos de cigarro, no qual as pessoas puderam esvaziar os ‘porta-bitucas’ distribuídos no evento. A interatividade da programação serviu como incentivo para tratar o conceito sustentável de maneira leve e dinâmica. O festival não deixou de lado o tema da poluição: para os carros que levavam mais de quatro pessoas, o valor do estacionamento era reduzido em 30%. Quem optasse pela bicicleta como meio de transporte, tinha tratamento preferencial. Quem cooperou, saiu ganhando.

Cantando por um mundo melhor
O entretenimento, pano de fundo do projeto, ficou em boas mãos: o grupo Afro Lata/ Mangue abriu a tarde de espetáculos dando as boas-vindas ao público. O dia seguiu com as atrações nacionais NX Zero, Seu Jorge e Vanessa da Mata. O show do músico internacional, Ben Harper, foi um dos mais aguardados da noite. Ele, que cantou a música “Boa Sorte” ao lado de Vanessa, atraiu ainda mais pessoas ao evento. Porém, a glória do About Us ficou reservada para a banda norte americana Dave Matthews Band, que estendeu o show a pedido do público.

About Us
O festival foi realizado também em Manaus, no dia 26 de setembro. A organização e pontualidade marcaram os dois dias de evento e proporcionaram tranqüilidade e conforto às pessoas presentes. Famílias, casais e amigos puderam curtir uma boa música rodeados por iniciativas fundamentais para a preservação do meio ambiente.

Andrezza Duarte
Foto, Andrezza Duarte

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

O meu boicote emocional

(Texto redigido exageradamente para a disciplina de Criação de Texto)

Dessa vez não poderia ser diferente. E seria uma atitude verdadeiramente tola acreditar nisso. Confiem: já tentei. Desde que me conheço por gente, ensaio malabarismos admiráveis para driblar e confundir a minha mente. Já fiz mil promessas para o meu coração e para minha alma; promessas tão convincentes que cheguei a acreditar na minha própria mentira. Jurei que daria uma chance ao amor. De pés juntos, que permitiria a entrada da felicidade. Bom, é claro que quebrei todos os juramentos, preces e comprometimentos comigo mesma. A verdade é que, desde sempre, mesmo que inconscientemente, boicoto o que é promissor em minha vida afetiva. Encontro defeitos, invento problemas, incentivo minha louca racionalização e construo graves generalizações. Por medo? Não, não, não. Fujo do padrão que sempre segui em minha vida, da repetição de acontecimentos frustrantes e tento escapar das possíveis semelhanças que vejo serem instaladas em cada um dos meus relacionamentos. Pensando melhor, talvez seja por medo, sim. De quê? Ah, não respondo perguntas difíceis (é por isso que vamos à terapia e, justamente pelo mesmo motivo, desistimos dela quando percebemos quantas perguntas a mais surgiram em nossas vidas desde que começamos a questioná-la). Admito: sigo um padrão quando o assunto é ‘escolha amorosa’. Confesso que antes mesmo de iniciar um relacionamento, já penso em como será o dia em que eu tiver que dá-lo por encerrado. Elejo pessoas que, lá no fundo, sei que não servem para mim e que, eventualmente, sairão da minha vida. Aliás, só me envolvo com homens com os quais tenho certeza que não vai dar em nada. E o pior: sofro a cada término. Já fui acusada de ter um sério desfalque de amor próprio e auto-estima. O bem da verdade é que já duvidei da minha capacidade de amar. Tão jovem e tão egoísta! Onde já se viu? Querer amor e não saber reproduzir, cultivar ou reconhecer esse sentimento. E, principalmente, vivê-lo.

Dessa vez, achei que realmente pudesse ser diferente. Ele não é viciado em drogas, não bebe ou fuma, não ultrapassa o limite de velocidade e abre a porta do carro. Um cara bacana, médico, bonito, viajado e culto. E aí, penso: qual será o grave defeito? Provavelmente, nada de outro mundo. Talvez ele não recicle, ronque, goste demais de futebol ou fale alguns palavrões de vez em quando. Novamente: nada de mais. Certa vez ouvi dizer que “as pessoas poderiam vir com avisos. Nada constrangedor. Apenas umas letrinhas discretas, que evitassem confusões e dúvidas sem fim”. E como ele parecia ter caído do céu, eu mesma tomei as rédeas e resolvi destruir a quimera, antes que ele se mostrasse ser perfeito para mim. Comecei a me afastar, a suspeitar (porque quando a esmola é demais, o santo desconfia) e a interpretar tudo que ele fazia ou falava da forma que eu bem entendia. A verdade é que homem não se interpreta; não existem mensagens nas entrelinhas. É simples, preto no branco. Passei a dizer que, como das outras vezes, com ele não seria diferente. Logo, iria se revelar ciumento, obsessivo e chato. Cedo ou tarde iria pular algumas cercas - e isso eu não suportaria. Esse é o problema de nunca ter sido traída antes. Vejo quanto sofrimento vem à tona e quanta mágoa paira para sempre no coração. Prefiro pensar que todo homem é igual e todos vão fazer o que o Paulo, Roberto, Ricardo e João fizeram. Não importa o nome, RG ou CPF: homem é homem e ponto final. Agora, como não ter sua autoconfiança abalada? Como fechar os olhos e se entregar? A pulga atrás da orelha, o pé-atrás e o medo sempre vão te fazer companhia. A dúvida e o receio de reviver alguns episódios passados fazem com que mulheres como eu fujam a qualquer sinal de felicidade. Buscamos, então, homens com características semelhantes às de sempre: aqueles com quem sabemos que vai dar errado. Aqueles com os quais não criamos expectativas.

Um belo dia, quando a pessoa certa finalmente aparecer, fugiremos dos conselhos de Clarice Lispector e não estaremos distraídas o suficiente para relevar os pequenos pecados, as sutis diferenças. Estaremos atentas e sem expectativa. O pobre coitado não terá uma sombra de chance. Talvez, ele nem seja a pessoa certa (e não precisa ser); apenas uma alegria para os finais de semana e para as carências dominicais. Quiçá, uma agradável companhia para tomar um café numa tarde fria ou uma mão a ser trançada durante uma sessão de cinema. A verdade é que morremos de medo de amar. E assim, vendamos nossos olhos e distanciamos qualquer fração de sentimento. Por medo. Por medo de perceber que, talvez, dessa vez, poderia ser sim, diferente.

terça-feira, 16 de setembro de 2008

Enquanto isso...Vota Brasil!

A inflação que prometia mudar o padrão de consumo das famílias brasileiras, especialmente da classe média, recuou. As commodities e a comida subiram menos e frearam o ritmo que apontava para o crescimento. Mesmo com a desaceleração dos índices de preços, o IPCA corre o risco de bater a cabeça no teto! 6,5% anuais é o limite. Até então, o desespero já batia à porta de muitas residências. A arrancada da inflação já estava doendo no bolso brasileiro!

E nos Jogos Olímpicos, o “Brasil foi ouro em bronze”! Com tantas ‘possibilidades douradas’, os nossos atletas pecaram no imprevisível: o emocional. Eita, povo que chora! A emoção entrou no caminho e atrapalhou até quem já tinha a medalha em mãos. Menos treino e mais terapia! Nesse ano, nenhum padre invadiu a pista, pero nuestros vicinos descamisados invadiram e ainda passaram por cima! O Brasil, definitivamente, não estava na crista da onda! Até vara sumiu! E a nadadora Rebeca Gusmão foi suspensa por toda a vida do esporte como punição por ter se envolvido em dois casos de doping. Até onde eu saiba, esporte é saúde. Tem que expulsar mesmo!

Pioneirismo no Supremo! Pela primeira vez na história do Brasil, uma índia subiu à tribuna! Em defesa da reserva indígena Raposa do Sol, ela enfrentou os 11 ministros para dar fim aos conflitos entre os índios e os plantadores de arroz! Gente que faz! O julgamento do caso foi adiado e não tem previsão para retomada. Talvez só ano que vem! Levanta o tapete e joga debaixo!

2009 é o ano da privatização! Os aeroportos Viracopos e Galeão devem entrar nessa onda já no primeiro semestre. Ah, e o tal aeroporto “a ser construído” em São Paulo também vai ser operado pelo setor privado (a!). E mais um avião derrapou na pista de Congonhas. Dessa vez, sem tragédias, mas não menos preocupante. Estado de alerta? Terceiro em menos de dois anos? But then again, who’s counting?

Enquanto isso, a D. Marta lidera as pesquisas das eleições à prefeitura da cidade de São Paulo. Alguém mais enxerga uma grave incoerência? Aliás, a contradição está sempre lá. Nós que escolhemos não discernir, não questionar, não escolher. Apenas votamos e fazer isso nesse país não diz mais nada. Às vésperas do pleito, que tal estudarmos e pesquisarmos melhor sobre cada uma das nossas opções? Talvez assim, a gente se engane menos. Porque quem erra não são os políticos; é quem os coloca lá.


Esta crônica foi publicada hoje, dia 16 de setembro, no jornal americano "Nossa Gente", em sua 18ª edição. Jornal dedicado à comunidade brasileira que reside na Flórida - Estados Unidos. Faço parte do grupo de colaboradores do jornal e assino a coluna ENQUANTO ISSO NO BRASIL. Assim, aos poucos, vou me realizando. As realizações vêm aos poucos...e na medida certa.

terça-feira, 9 de setembro de 2008

Enquanto isso no Brasil..."Let the games begin!"

Pessoal, essa é a coluna do mês passado do jornal NOSSA GENTE. Como ando extremamente desleixada em relação do blog (e peço perdão por isso), posto somente agora. A partir do dia 15 de setembro, a coluna mais recente estará disponível aqui, data em que o jornal será lançado.

Os Jogos Olímpicos estão em Pequim, praticamente do outro lado do mundo... Mas com as comemorações a mil e a torcida unida, é como se estivessem aqui no Brasil! Só se fala nisto! Os ingressos para as competições já esgotaram! Agora, somente pelas telinhas! Daqui, acompanhamos cada conquista e derrota com nossos corações na mão! Para apimentar um pouco a saga no oriente, nossos atletas enfrentam o intricado problema da poluição, 10 vezes pior que o da cidade de São Paulo! Haja pulmão! Enquanto alguns lidam com esse desafio respiratório, outros usam e abusam! Como o jogador da seleção brasileira de handebol, Jaqson Kojorski! Ele já está de volta ao nosso país após ser reprovado em um exame antidoping! Vergonhoso, vai!

Falando em vergonha, o técnico Dunga promete dar a volta por cima! Já garantiu a supremacia do time brasileiro, que na primeira fase enfrenta Bélgica, Nova Zelândia e China! Somente vendo para crer! E quem anda cuidando da imagem do país é o nosso querido presidente! O Lula virou garoto-propaganda! Ele aderiu às gravatas que divulgam a candidatura do Rio de Janeiro aos Jogos de 2016! Até lá, temos problemas maiores do que ‘poluição’ para resolvermos! Mas com as novas gravatas, não vai ter para ninguém!

E aos 101 anos de idade (e não 103, como ela alegava ter), Dercy Gonçalves se despede do povo brasileiro! O riso deu lugar às lagrimas e eternizou a bem-humorada atriz! Tão querida, ela conseguiu reunir milhares de pessoas em seu velório! Como muitos disseram, até depois de falecida, Dercy deu um show! Mas para acabar de vez com o bom humor, que tal um pouco de política? Geraldo Alckmin pensa em criar pedágio em São Paulo para resolver o problema de trânsito! Enquanto isso, Marcelo Crivella, candidato à Prefeitura do Rio de Janeiro, cai nas graças do presidente Lula! Daqui pra frente, tudo é válido! Contagem regressiva para as eleições!

Enquanto isso, o crescimento da classe média no Brasil é arrebatador! A classe “C” já representa 52% da população brasileira! E redução de desigualdade social é sempre uma boa notícia! Aproveito o clima de união e patriotismo provocado pelas Olimpíadas e fecho está edição desejando muita sorte e perseverança aos nossos atletas! E que voltem para casa com suas medalhas e com aquela sensação gostosa de missão muito bem cumprida!
Esta crônica será publicada no jornal americano "Nossa Gente" no dia 16 de agosto, em sua 17ª edição. Jornal dedicado à comunidade brasileira que reside na Flórida - Estados Unidos. Faço parte do grupo de colaboradores do jornal e assim, aos poucos, vou me realizando. As realizações vêm aos poucos...e na medida certa.

domingo, 6 de julho de 2008

Enquanto isso no Brasil... Tem blitz por todo lado!

O mundo ferve com novidades! A era Bill Gates chega ao fim! O império mundial da informática perde seu garoto-propaganda! Gates decidiu virar a página e dedicar seu tempo à caridade! Falando em boas ações, a tão esperada liberdade de Ingrid Betancourt, mantida refém da guerrilha colombiana das Farc, finalmente ocorreu após seis anos! As comemorações estão a mil! E um dos feriados mais festejados nos Estados Unidos acabou em insulto! Ao ser chamado de ‘criminoso de guerra’, Bush defende a liberdade de expressão na América! Jogo de cintura, hein?

Enquanto isso, o Brasil tenta driblar o trânsito! Os caminhões são as mais novas vítimas do rodízio paulistano! Essa medida prevê melhoria no trânsito de São Paulo, mas o jeitinho brasileiro nunca falha! Aparentemente, furar o rodízio não tem sido problema pra ninguém! E já que o assunto é trânsito, vamos lá! Secou geral! “Se beber, não dirija” agora é lei! Conhecida como “Lei Seca”, ela tem gerado controvérsias por aqui! Esqueçam o happy hour! Vinho à dois? Só em casa! Mas a indignação de uns é o agradecimento de outros. O movimento nos hospitais diminuiu em mais de 10% desde a implantação da nova lei. Concordar ou não com a moda do bafômetro? O jeito é ir de táxi!

O Brasil se despediu da ex-primeira dama Ruth Cardoso, mulher de FHC. Vítima de infarto, seu velório contou com a presença de grandes figuras da política brasileira. Enquanto isso, o mundo se despede de Larry Harmon, o famoso palhaço Bozo! Quantas despedidas! O pequeno ex-Polegar, Rafael Ilha, também dá adeus à sua candidatura a vereador de São Paulo! Cassado! Enquanto isso em Belém, a situação na Santa Casa está precária! A superlotação resultou na morte de cerca de 30 bebês! Haja ‘santa’ paciência! Até quando, hein?

É claro que as notícias ruins sempre chegam mais rápido! E se tratando do Brasil, chegam ainda mais depressa! Só não chega a correspondência! A greve dos Correios prejudicou mais de 28 milhões de entregas! E ainda querem as contas em dia! Mas que tal olharmos para o lado positivo? Afinal, tem que existir! O rodízio de caminhões pode mesmo melhorar o trânsito. Com a Lei Seca, talvez, os jovens se conscientizem. Mesmo que sejam apenas possibilidades, que tal acreditar nelas? Dar uma chance para o desenvolvimento e enriquecimento cultural e político do Brasil antes de criticarmos a nova lei ou falarmos mal dos caminhões que ‘engarrafam’ as Marginais! Quem sabe a mudança seja interna - não externa. Vai ver o grande problema deste país é a atitude de quem vive nele.

Esta crônica será publicada no jornal americano "Nossa Gente" no dia 16 de julho, em sua 16ª edição. Jornal dedicado à comunidade brasileira que reside na Flórida - Estados Unidos. Faço parte do grupo de colaboradores do jornal e assim, aos poucos, vou me realizando. As realizações vêm aos poucos...e na medida certa.

segunda-feira, 16 de junho de 2008

Comfort

One should never have to go through a break-up. Relationships are hard as it is. However, I can't help wondering: would we be less ‘in love’ if we always had love? Who would we be if we had none of it? Or even the loss of it. Sometimes we just hold on to someone so tight that we forget to value the individual. Sometimes, we’re just so afraid of losing that we suffocate ourselves into whatever it is and become blinded by the unlikely possibility of ever seeing any good prospect of a happy ending. I might have been driven by my latest couch-obsessed-soap (sex & the city)… If not, what else? This might sound rather immature or even a tad not creative, but whoever said that love and behavior aren’t things you learn from life, had it right. It’s not something you learn from life: it’s something you learn living. Oh, but you never learn how to break-up. There is no true recipe for breaking someone’s heart but the truth is, you always do. Either theirs or yours. It comes down to a choice, really. And lately, I misled my own. Maybe I got out of that love/passion driven blindness and saw, or at least, acknowledged, the prospect of a happy ending. Maybe not with him, but with myself. As I like to say, love doesn’t die from night to day. It sleeps and rests inside you forever. The truth is, love goes beyond those four letters. It has a complicated touch to it and, quite frankly, I would love to go without it. But we never can. At the end of the day, you’re left home with your thoughts. Sometimes you cry along, and others, a smile lights up on your face. It really depends on the depth of how much love you gave away. What I take for myself as a conclusion of the crazy love metric system is: you gotta learn to keep some love for yourself. And even if you do, beware: the loss of love takes away that last drop of self-love. But it always comes back, if not today, then tomorrow. What I do know about this cooking-heart marathon is that you should use your time wisely, keep that special person close to your heart, maybe get a new job and look forward, expect. Will the past become your present? Traces of it might, yes, but make it a fresh new start! And if not, look back sometimes. Change it, if you will. Memories take you far back and oh, how I wish there was a good word in English for what is known as ‘saudade’. That is what hurts the most. You have to readapt your life, your routine and every single minute of it. Do I miss him? Everyday. But sometimes, life plays some nasty tricks and we have to pretend not to notice. Somehow, tomorrow will explain today. And as far as I’m concerned, tomorrow isn’t too far away. A good night of peaceful sleep ought to do it. And yes, you will feel better. But know that there are ups and downs, and truly, sometimes, you will have that unforgiving minute of regret. When that happens, let it go. As for me, I sit and write. In English, Spanish or Chinese. It makes me comfortable and allows me to take that deep relieving breath when I’m done. The secret is to get it out of your system. And know that you are allowed to skip some white pages of your life and, later on, go back and write it all over again. There’s no erasing: there’s rewriting. And that’s just as good as any other attempt of pursuing happiness. As for me, I keep one thing in mind that helps me get through the night: be patient. It’s not a race, take your time. If it’s meant to be yours, then that’s how it’s going to be. Don’t worry. You never know what a fresh new morning might bring along.

quinta-feira, 12 de junho de 2008

10 mil acessos! Vamos comemorar!

Eba!!! Dia feliz, afinal de contas! Comemoro aqui e agora, com exclusividade, os meus DEZ MIL ACESSOS!

Antes que me perguntem, não, não são 10 mil acessos diários! Mas vamos comemorar!!!

Agradeço a todos pelo carinho e pelo interesse no Dezacreditando! Fico, realmente, muito feliz em dividir essa alegria com vocês!!

Continuem acessando, comentando e fuçando por aqui!

Pessoal, divulguem, espalhem!!!! Repassem o endereço!!!

Obrigada! Grande beijo!

Hoje

Opa! Chegou a hora! Infelizmente, vou ter que parar de rodear meu note e escrever logo o post do dia de hoje. Não sei bem o que dizer ou escrever, mas afinal, o aperto no peito não pode ficar instalado aqui para o resto da vida. É engraçado, sabe? Eu acabei de escrever um texto enorme para postar aqui, mas não consigo fazê-lo. Ahh, quer saber? Hoje, por falta de criatividade, coragem e até mesmo estômago, abro mão do meu post. Afinal, 12 de junho é o dia do amor. E apenas por hoje, não faço a mínima idéia do que é isso. Feliz Dia dos Namorados.
E esse vai sem foto.

quinta-feira, 5 de junho de 2008

Enquanto isso no Brasil... ‘Cai, cai balão’!

Estudo do IBGE informa: violência aumentou no país! Além do avanço do índice de homicídios, os acidentes de transporte também cresceram. Por outro lado, podemos comemorar os avanços no setor econômico do país nos últimos anos!

E mais dor de cabeça para os brasileiros! Uma coisa é certa: o trânsito vai piorar! E isso porque, até o final de 2008, quase três milhões e meio de veículos invadirão as vias brasileiras! O crescimento em relação ao ano passado é de 15%. Cada vez mais me convenço de que a Flórida é a melhor opção para se viver! Falando no Orange County, o Google Earth permite um ‘passeio’ virtual pelos parques da Disney em 3D! É claro que isso é boa notícia para quem está aqui! Afinal, passeio virtual pelo quintal de casa não deve ter muita graça, não é?

Por aqui, nos contentamos com a novela das oito! O Brasil parou para ver o último capítulo! As ruas permaneceram vazias até que a love story dos protagonistas chegasse ao fim! Engraçado como os brasileiros gostam de uma novelinha! Será que não cansa sempre o mesmo cenário carioca? Os mesmo dramas, ora interpretados por Antônio Fagundes, ora interpretados por Tony Ramos?! Haja paciência e criatividade! E que venha a próxima!

Falando em novela... Foi dada a largada! A corrida à Prefeitura de São Paulo ainda vai longe! Alguns dos favoritos: Marta Suplicy, Geraldo Alckmin e Gilberto Kassab! Não podemos esquecer, é claro, de darmos os parabéns para a ministra do turismo! Ela comemora, no mês de junho, o aniversário da frase mais comentada do ano 2007: "relaxa e goza; depois você esquece todos os transtornos". Parece que adivinhou! Ela tinha razão: todos esqueceram! (Caos aéreo? Que caos aéreo?) Tanto que ela faz parte dos preferidos nessa temporada de eleições. Como dizem por aí, cada um tem o governo que merece! Acorda São Paulo!

O meio do ano já chegou! Voando, mas ta aí! E junto vieram as festas juninas! São João está por todo o país! Péssima hora para o aumento no preço do arroz! As festas caipiras vão dar prejuízo! Balão pra cá, paçoca pra lá! Boa época para fazer uma visita à terrinha! Enquanto tudo flui relativamente bem, o país segue com suas comemorações, dificuldades e conquistas. Sempre com muito bom humor! Momento ideal para deixar a política de lado, esquecer um pouco do trânsito maluco e largar o jornal... Comemore! Afinal, no Brasil, as festas são brindadas com quentão! Quer coisa melhor que isso?

Esta crônica foi publicada no jornal americano "Nossa Gente" no dia 16 de junho, em sua 15ª edição. Jornal dedicado à comunidade brasileira que reside na Flórida - Estados Unidos. Faço parte do grupo de colaboradores do jornal e assim, aos poucos, vou me realizando. As realizações vêm aos poucos...e na medida certa.

foto: www.psg.com/~walter/junina.jpg

Tradição é tradição...Fazer o quê?

Não sou corintiana. Por mais que toda a minha família torça e declare amor pelo time alvinegro, eu ‘saí’ diferente. As cores do meu time são as mesmas, mas, por birra, ou qualquer outro motivo que desde ontem eu esqueci, não torço pelo Corinthians. Mas venho lhes contar a minha experiência...

Data: quarta-feira, 04 de junho de 2008.
Horário: aproximadamente 21:50h.
Local: Estádio Cícero Pompeu de Toledo - O meu Morumbi.


Final: Corinthians X Sport

Fui ao jogo. Admito que, simplesmente, pela companhia. Qual outro motivo me tiraria de casa e me colocaria bem no meio de mais ou menos 70 mil pessoas? Todas seguindo o mesmo grito de guerra, “louco por ti, Curinthia”. Corinthians, minha gente, Corinthians.
Já antecipo que este post não me faz menos são paulina ou ‘vira-casaca’! =)

Estádio lotado – devo dizer que jamais vi o Morumbi daquele jeito. Toda a arquibancada, cativa e camarote, uniformizadas. Um mar preto e branco que dava gosto de olhar. A paixão escorrida pelo rosto, transmitida pelos olhos e o grito de um time que já se considerava campeão somente por estar lá. O Morumbi tremeu. Literalmente, tremeu. Tremeu com toda a raça daquela torcida que, meu Deus do céu, nunca havia visto igual. Parecia que ninguém estava lá à toa, somente eu. Cada um estava lá por uma questão de honra, de amor e dedicação a 11 homens em campo. Homens que vão e que vêm, mas que impreterivelmente, formarão sempre o mesmo time. Amor pela camisa! Seja ela roxa, ou preta, ou branca e preta. Nada fazia muita diferença. Ontem, pela primeira vez, cheguei a me emocionar não pelo jogo, mas pela beleza de uma torcida. Pela garra de um time que, tenho certeza, fez os três gols mais fáceis do campeonato... Gols que deram gosto de serem feitos. Só para ouvir 70 mil vozes em coro, dedicando a vida àquela bola rolando em campo. Só para sentir o estádio tremer.

Hoje me perguntaram se eu tinha começado a gostar de futebol depois do jogo de ontem... Eu respondi, ‘comecei a gostar do Corinthians’.

Rivalidades à parte, meus parabéns torcida corintiana. Foi uma experiência única. Brancos, negros, engravatados, crianças, mulheres. Vi de tudo. Sei que muitos dão a vida para seu time de coração. Mas no final, não importa qual seja ele. Dá na mesma. Mas uma torcida como a deles... Ah, não tem como negar. Chega a ser incrível o que você vê ocorrer durante um jogo do Timão. Quero e ainda vou a um jogo do Flamengo no Maracanã – deve ser outro show! Aprenda a admirar uma torcida e não um time. Como disse, o time vai e volta... Mas é a lealdade do torcedor que é de tirar o chapéu! Afinal, existe coisa melhor que o futebol brasileiro?



terça-feira, 3 de junho de 2008

"O Tarólogo do blá-blá-blá"

Queria dividir com vocês uma cena que, certamente, não se vê todo dia! Beijos!
Ah! se a gente desse bola para tudo que nos falam!...
Hoje presenciei uma cena um tanto quanto peculiar. Observei de longe, um homem pedindo informações para uma garota. Ele tinha traços fortes e marcantes e parecia não ser daqui. Percebi que a garota ia passar reto, sem dar muito bola ao campineiro (não me pergunte como sei os detalhes sórdidos... Afinal, respeitar as fontes é essencial), mas por algum motivo, parou e dedicou os próximos minutos ao, até então, humilde turista. Assim que a garota lhe deu toda sua atenção, ele lhe mostrou um papel com as direções de onde ele precisava estar em cinco minutos... Logo, o caminho certo lhe foi apontado, mas antes que ela terminasse, o já-malandro-campineiro revela ser um tarólogo vindo da cidade de Campinas para atender uma cliente desesperada. Desconfiada, a garota tenta seguir seu rumo com um "tenha um bom dia". Esse bom dia não durou muito e ele logo soltou, "não corte mais seus cabelos, menina". Curiosa, ela virou-se e o encarou. Seus cabelos eram de fato curtos, mas estavam presos, e o comprimento não era visível. "Você é filha de Iemanjá, a força do seu amor está em seus cabelos", continou o tarólogo, sem que a garota tirasse os olhos dele, como se ele lhe dissera a coisa mais fantástica do mundo. Seus olhos curiosos mas, principalmente, debochados, não deram muita credibilidade ao tarólogo, que continuou sua novela.
Afirmou que a garota estava enfrentando problemas em seu relacionamento e que alguém estava 'mexendo seus pauzinhos' para afastá-la de seu amor. E tudo porque ela cortou o cabelo. Hmm. Eu já pensava comigo mesma, "xô urucubaca, xô, xô, xô". A garota apenas concordava com que ele falava e até soltou algumas perguntas inevitáveis. Dava para ver em seus olhos que, por mais que ele estivesse falando um monte de bobagens, algo a havia atraído e prendido sua atenção, afinal, não é todo dia que alguém lhe aborda no meio da rua e desembesta a falar da sua vida como te conhecesse.
Ah! se a gente desse bola para tudo que ouvimos! A garota continuou sua caminhada perplexa e passou por mim sem ao menos notar minha presença. Ele conseguiu o que queria: confundí-la. Em sua mente, após 2 minutos de conversa, todos seus pensamentos foram substituídos por dúvidas sobre seu relacionamento, sobre a fidelidade de seu namorado e até temendo uma 'mulher loira', da qual ele a alertou. Ha! O ser humano é louco! Será possível que o tarólogo campineiro falou a verdade? Pode até ser. Mas prefiro dar graças a Deus pela magia do "entrar por um ouvido e sair pelo outro". É excelente! Cada minhoca que colocam na nossa cabeça!
Moral da história: todos os dias vão lhe dizer coisas pessimistas. Depende de você colocá-las para dentro, processá-las. Faça como eu: jogue tudo fora, marque um corte de cabelo no cabeleireiro e seja feliz! Quem melhor do que você para saber da sua vida???

Cuidado! O tarólogo campineiro continua solto por aí... =)

FRASE DO DIA:

"Let bygones be bygones"

sexta-feira, 30 de maio de 2008

De coração

É indiscutivelmente perfeita a capacidade de cura do ser humano. Independe de tempo, força ou qualquer outro fator que devemos a essa divindade. Já antecipo que não saberei transferir para esta 'folha' tudo que gostaria. E tentarei não fazer apologias. E se eu contar como se fosse uma história? Facilitaria?

Não nego e jamais neguei minhas crenças. Quem me conhece sabe que tenho em Deus a minha maior certeza. Digo e repito que não somos nada nessa vida sem a força da nossa fé, independentemente em quê ela é depositada. Sinto que talvez, desta vez, ela tenha falhado... Escorregado com o lodo trazido pela chuva. Ontem, eu admiti em voz alta uma fraqueza que eu nem mesma sabia que possuía (posso até considerá-la uma grande arrogância da minha parte). Mas, de qualquer forma, é verdade: eu não sei lidar com a dor dos outros, só com a minha, pois eu sei que tudo passa. Eu sei que quando enfrentamos dificuldade na nossa vida, Deus nos carrega no colo e assim, jamais estamos sozinhos. Eu sei que enquanto tivermos fé e enquanto nos apoiarmos nela, tudo ficará bem e nossa força surgirá de dentro. Eu sei disso. Meu medo é justamente este: que somente eu saiba. Como eu queria transferir tudo que eu sinto para quem precisa mais do que eu. Queria poder provar que nada nesta vida, nesta batalha que vivemos com dias contados, nesta batalha de ganhos e perdas, é em vão. Nada é. Claro que sempre podemos fazer um pouco mais ou um pouco menos... Mas de qualquer forma, o que quer que você tenha feito, foi o suficiente. Ninguém está aqui para salvar o outro; estamos aqui para ajudar um ao outro. E fazemos isso até a página três... Ou quando o amor é grandioso, até a página cinco. Honestamente, não há como fazer mais. Assim como o outro, nós também temos nossas fraquezas, nossos receios... Como diz uma pessoa muito querida, "podemos dar ao outro somente o que nos sobra"... E não é?

Nesta vida, da qual não sei praticamente nada, levo comigo o conforto de saber. Ela é engraçada: dá voltas e voltas e sempre acaba no mesmo lugar. Ela demora 'uma vida inteira' para explicar as dificuldades nela enfrentadas. A vida tem um jeito bacana de provar, mostrar e ensinar as coisas. Ela tem um jeitinho só dela de nos castigar: graciosa, astuta e, muitas vezes, até cruel. Pagamos caro por nossos erros, nossas gafes. Dormimos e acordamos com ela, aliás, nela. E voltamos à mesma realidade a cada manhã. Dormimos com os mesmos fantasmas e acordamos com o sol brilhando. Engraçado, não? Não importa quantos anos você tenha: o monstro do armário continua lá. E muitas vezes, ele se torna real.

Eu não sei lidar com a dor dos outros. É um sentimento violento de impotência. Fico de mãos atadas e me dá desespero. Mas, aos poucos, me contento com a força das palavras, muitas vezes mais acolhedora e confortante que um abraço ou que uma solução mágica para os problemas da vida. O que eu posso dizer, e isto somente fará sentido para o leitor correto, é: confie no tempo da vida, no tempo de Deus. E não se apavore: esta será a maior prova de que você não está sozinho.

quarta-feira, 21 de maio de 2008

Para não passar em branco

Falta de vergonha na cara. O mínimo que posso dizer sobre minha ausência no blog. Na verdade, o Dezacreditando estacionou por um breve período, mas a partir de agora, retoma suas atividades. Novamente, culparia o tempo pelo desleixo, mas desta vez, nem isto posso dizer. Tempo eu tenho. Chega de desculpas, bola pra frente! Motores ligados, aí vamos nós! Novidades? Por aqui, continuamos ‘andando sobre tábuas’... Bom, por coincidência, literalmente! Minha casa está em reforma e não sei mais onde está qualquer coisa. Meu quarto está com cheiro de tinta fresca, o que é um verdadeiro presente grego para minha enxaqueca. O piso foi trocado, o que levantou pó para todos os lados. Nada está no lugar certo e poucos cômodos estão ‘habitáveis’. O revezamento está bravo: cada dia uma pessoa dorme no colchão inflável, o que resultou em uma verdadeira concorrência... Todos querem o colchão! Na verdade, alguns já recuperaram a devida cama... Outros ainda estão em território alheio. Os gatos estão enlouquecidos e o estresse está com tudo! Ordem, por favor! Logo, logo tudo voltará ao normal... Ou pelo menos, espero. Meu maior dilema no momento é decidir qual será a cor das paredes do meu quarto. Admito, é difícil.

Falando em dificuldade, vou sair um pouco do âmbito ‘familiar’, sair um pouco de casa, e pegar a 23 de maio rumo à Universidade Mackenzie. Por lá, as coisas andam um pouco mais caóticas do que aqui. Ou seja, lá é onde o verdadeiro campo de batalha ocorre. É engraçado o quão longe (e baixo) a natureza humana pode chegar. Conheço cerca de 60 pessoas que convivem umas com as outras, ao menos, quatro horas por dia. Claro, cada uma com sua personalidade, características, panela, sonhos e gostos. Não vejo, a olho nú, uma pessoa sequer que seja má. Engano meu, obviamente. Existem claras diferenças entre algumas pessoas, mas nada cruel, nada que ultrapasse os limites da “boa vizinhança”... Até que esses relacionamentos passem para o computador. Até alguns dias atrás, havia uma comunidade da minha sala no Orkut e para ser sincera, nunca foi muito respeitada. Eu não fazia parte da mesma justamente por essa falta de respeito. Enfim, há cerca de uma semana, algumas pessoas ‘anônimas’ (afinal, quem tem coragem de encher a boca para falar dos outros com o nome e foto estampados na página? Além de desprezíveis, são covardes) iniciaram um novo tópico no fórum: falar mal e humilharem cada um da sala. O jogo funcionou da seguinte forma: um dos vários ‘espertos’ colocava o nome de alguém e outra pessoa fazia algum comentário sobre a mesma logo abaixo. Algumas dessas ‘descrições’ não eram humilhantes ou sacanas, já outras... Eu fui uma das pessoas que teve a sorte (para não dizer azar) de não ter sido, e desculpem-me o termo, esculachadas por essas crianças. Mas muitos amigos meus foram. A verdade, pessoal, é a seguinte: me dá medo de estudar e conviver com pessoas que são capazes de serem tão mal-intencionadas e falsas. No dia-a-dia, sorrisos atravessam a sala sem censura... Além de medo, sinto vergonha. Vergonha de, muitas vezes, ter dado atenção a alguma dessas pessoas sem saber quem são verdadeiramente. Eu faço parte da comissão de formatura e, a cada dia, me esforço mais para unir a turma. Juntamente com outras três meninas, fazemos o melhor possível para dar à sala um incentivo. Estamos batalhando para nos tornamos um grupo... Colegas ao menos.

Meu recado para quem serviu a carapuça: Dissimulados. Jornalistas fracassados, isto é o que cada um que já participou de qualquer maldade no fórum da comunidade é. Pessoas que agiram de má fé e que magoaram muita gente. E o pior de tudo: são pessoas injustas. Enchendo a boca para falar de quem mal conhecem. Liberdade de expressão? Não é isso que buscam todos os jornalistas? Fácil quando não se tem coragem de assinar em baixo.

Peço para que se a comunidade for reativada, nunca mais citem meu nome, para falar bem ou mal. Agradeço os elogios, mas os dispenso e, acima de tudo, os proíbo. Mudem de atitude, mudem de postura... Somente assim, e isso eu lhes garanto, vocês serão alguém que valerão a pena nesta vida. E só uma observação: meu nome tem dois z’s. Já que é para fazer, façam direito! E encerro como comecei: falta de vergonha na cara.
FIM de papo.

Enquanto isso no Brasil... Segura que o chão tremeu!

O Brasil está a todo vapor! Novamente, notícias que renderiam meses e meses de Nossa Gente espremidos em 30 dias. Tem tanta coisa acontecendo por aqui que o pessoal aproveita qualquer desculpa para dar uma escapadinha. Até um padre aproveitou o caos em solo e foi para os ares! Literalmente! Com o transporte mais eficaz conhecido pelo homem (bexigas coloridas gigantes) ele partiu para uma incrível jornada sem volta! Levou até o GPS, só não soube usar na hora “H” e sumiu do mapa! Aonde será que ele foi parar?

E eis que surgem os principais campeões estaduais! Admiráveis goleadas garantiram os vencedores: o time carioca Flamengo, o mineirinho Cruzeiro, o gaúcho Internacional e o time baiano Vitória foram os consagrados com placares elásticos! E em São Paulo, o Verdão foi campeão! Confirmando o favoritismo, o time do bam bam bam Luxemburgo conquistou seu primeiro título em um campeonato da 1ª divisão no século XXI! O bate-bola foi emocionante! E que venha o Brasileirão!

O caso Isabella já deu muito que falar e ninguém mais agüenta essa impunidade. Saturado, o caso exige justiça! Será que dessa vez a crueldade será castigada? Um ato que infringiu todas as normas e regras naturais do ser humano. Mas o Brasil não é o único país com doidos à solta... A Áustria bateu o recorde de barbaridades subumanas já ocorridas: um homem manteve sua filha presa por 24 anos e a engravidou sete vezes sem ao menos levantar suspeitas. É brincadeira! Curiosidades: nem este homem e nem o casal acusado de matar Isabella foram considerados ‘loucos’ pela polícia. Se nada disto é loucura, o que será?

Loucura talvez seja o eterno ‘Fenômeno’ levar três travestis para um motel na cidade do Rio de Janeiro! A noite não poderia terminar de forma diferente: na delegacia! Falando em fenômenos, a passagem de um ciclone em Mianmar levou a vida de cerca de milhares de pessoas. O Planeta está enfurecido! Até a Terra balançou! E não foi aquela tremedeira usual, que sacode o País e deixa tudo de pernas pro ar! Aqui realmente tremeu! Terremoto? Definitivamente um tremor de 5,2 graus na escala Richter! É minha gente... Tremor na Terra? Só pode ser o fim do mundo!
Esta crônica foi publicada no jornal americano "Nossa Gente" no dia 16 de maio, em sua 14ª edição. Jornal dedicado à comunidade brasileira que reside na Flórida - Estados Unidos. Faço parte do grupo de colaboradores do jornal e assim, aos poucos, vou me realizando. As realizações vêm aos poucos...e na medida certa.

terça-feira, 22 de abril de 2008

Opa! Segura que o chão tremeu!

21 h. 22 de abril de 2008. A Terra tremeu! E não foi a tremedeira usual, que sacode o País e deixa tudo de pernas pro ar! São Paulo realmente tremeu! Não sei se posso dizer terremoto, mas definitivamente um tremor de 5,2 graus na escala Richter! Opa, acabo de saber! Não foi apenas a terrinha paulista que estremeceu: Paraná e Rio de Janeiro também! É o fim do mundo! Eu estava pacificamente sentada na minha cama quando, de repente, tudo começou a balançar. No começo achei que fosse algum dos meus gatos embaixo da cama ou algo assim. Quando senti novamente, não tive dúvidas! Saí voando do meu quarto e convoquei todos para o hall de entrada, onde dentro de 25 segundos, sairiamos rumo ao térreo. Cada uma pegou um gato e para baixo lá fomos nós! Das quatro pessoas que moram em casa, duas sentiram o tremor fortemente, uma terceira acreditou que era efeito do remédio para dor de dente e a quarta não sentiu nada. Engraçado! Enfim, o tremor passou, meu porteiro oficialmente declarou meu apartamento um hospício (afinal, não é todo dia que se vê quatro mulheres desesperadas batendo à porta de sua cabine - três delas com um gato na mão - jurando de pés juntos que o apartamenteo havia tremido) e subimos novamente. 10 minutos depois, os sites começaram a divulgar, assim como a TV. O negócio foi grave! Será que dormiremos em paz esta noite? É minha gente... Tremor na Terra? Só pode ser o fim!

sábado, 5 de abril de 2008

Enquanto isso no Brasil... Cegos, surdos e mudos

A saúde vai de mal a pior! Em pleno século XXI, brasileiros estão sendo assassinados pelo mosquito da dengue. Ou melhor, assassinados pela falta de conscientização do real perigo dela. O Estado do Rio de Janeiro está em alerta. Já os paulistas estão assustados com a possível “ponte aérea” do mosquito, que se continuar nesse ritmo, invadirá São Paulo. Com uma das melhores medicinas, o Brasil sofre de um problema maior: a ignorância. É tão difícil eliminar possíveis focos da doença? A verdade é que o Brasil não tem foco algum. Um bando de cegos em pleno tiroteio!

Enquanto isso, união do crime organizado! As conexões entre o PCC e as Farc assustam os Estados Unidos! E assim, uma comissão brasileira vai para a escola! Brasileiros embarcaram para os EUA para aprenderem como funciona o sistema penitenciário americano! Pelo menos aí, os sistemas funcionam. Já aqui, a coisa vai mal!

E mais um caso de injustiça e pobreza humana. Mais uma criança assassinada sem piedade. Seja o porteiro, o pai, a madrasta ou o Gasparzinho, a realidade não muda. Atirada do sexto andar de um prédio, a Justiça deve ser feita. É engraçado como o cenário define a perspectiva: se algo assim acontecer na favela, a justificativa será delinqüência, drogas ou a velha ‘exclusão social’. Se acontecer na classe média, o termo é ‘depressão’. Diferenças sociais? Que é isso...

O Brasil é um país de cegos, surdos e mudos. Uma criança morre aqui, outra some ali, uma CPI abre de tempos em tempos e algumas pessoas morrem com uma picada. Mas como se fosse uma novela de quinta categoria, você desliga a televisão ou dobra o jornal e esquece. Volta ao trabalho e para sua vida, seus problemas. Tudo acontece debaixo do mesmo teto enquanto nossas realidades são opostas. Peço licença ao jornalista Ivan Lessa e faço de suas palavras as minhas, “a cada 15 anos, os brasileiros esquecem o que aconteceu nos últimos 15”. E dessa forma, tudo é sempre capa de jornal.

Aqui, estamos todos cansados das ‘novidades’. A última é que a aprovação do Governo cresceu: 58%. Não há meios que nos ajudem a compreender. Dou quantos motivos forem necessários, mas garanto: o povo brasileiro está doente. Seja de dengue, amnésia ou apatia. Nosso querido Lula disse ao presidente americano Bush que resolvesse sua crise. Talvez ele devesse ouvir seus próprios conselhos. Mas como não, eu digo então ao presidente brasileiro: meu filho, abra os olhos e faça qualquer coisa.
Esta crônica será publicada no jornal americano "Nossa Gente" no dia 16 de abril, em sua 13ª Edição. Jornal dedicado à comunidade brasileira que reside na Flórida - Estados Unidos. Faço parte do grupo de colaboradores do jornal e assim, aos poucos, vou me realizando. As realizações vêm aos poucos...e na medida certa.
(Por enquanto, sem foto)

segunda-feira, 31 de março de 2008

Copan é uma cidade vivida em ondas - Entrevista Oscar Niemeyer

(Matéria realizada por Andrezza Duarte e Kátia Kiss para o jornal Diretriz, da Universidade Presbiteriana Mackenzie)

Em entrevista exclusiva ao Diretriz, Niemeyer revela a receita para viver 100 anos e fala sobre o Copan, o maior edifício residencial de São Paulo

Oscar Niemeyer. Quem não conhece? Seja pelo projeto dos prédios de Brasília ou pela sede do Partido Comunista Francês, esse nome não soa estranho a ninguém. O arquiteto carioca mais importante da história brasileira completou seus 100 anos de idade em dezembro de 2007. Niemeyer é o mestre de muitas obras espalhadas por todo o mundo e é um profissional conhecido no cenário internacional. Entre as obras erguidas em São Paulo está o Edifício Copan, um prédio que desperta a curiosidade nos olhos de quem transita
pelo centro paulistano. Sua geometria sinuosa encanta e desafia os mais modernos arquitetos da atualidade. Muitos consideram seu formato semelhante ao de uma onda ou, até mesmo, da bandeira do Estado de São Paulo ao vento. O Copan também é conhecido por ser o maior edifício residencial da cidade e por abrigar pessoas tanto de alta quanto de baixa renda.

Os números deste cartão postal impressionam: cerca de 5.000 pessoas residem no condomínio, distribuídas nos 1.160 apartamentos existentes. Em seus 120 mil metros quadrados, podem ser encontrados apartamentos residenciais e comerciais, que abrigam lojas de roupa, salões de beleza, restaurantes, mercados e até uma igreja. Assim como se caracterizam os edifícios da arquitetura moderna, que buscaram inspiração na produção industrial do século XX, enxergando a moradia como uma “máquina de habitar”, segundo conceito do arquiteto Le Corbusier.

Ainda na cidade de São Paulo, Oscar Niemeyer deixou outras marcas, tais como o Conjunto do Ibirapuera, um grup
o de pavilhões feitos para a comemoração dos 400 anos da cidade, e o Memorial da América Latina. Brasília e Niterói também abrigam outros trabalhos do arquiteto. Somente no Rio de Janeiro, há aproximadamente 126 construções projetadas por ele. Entre suas obras mais famosas no Brasil, estão o Congresso Nacional, o Palácio da Alvorada e a Casa das Canoas. Niemeyer ainda se mantém ativo em seu escritório de arquitetura no bairro de Copacabana, no Rio de Janeiro. Apesar de tantas obras, ele afirma não ter nenhuma predileta e garante que a realização de seus projetos, elaborados com o maior interesse e zelo profissional, já lhe é gratificante. Oscar Niemeyer foi considerado pela empresa de consultoria global Synectics, como um dos maiores gênios vivos, assumindo a nona colocação entre 100 grandes nomes.

Quando questionado sobre a origem de sua inspiração para o Copan, Oscar Niemeyer afirma em entrevista exclusiva ao Diretriz que “a idéia de fazer um edifício tão original e diferente não veio de nenhuma inspiração especial, mas surgiu baseada nos dados que me foram apresentados, como o programa, o terreno e a área em que o prédio iria ser construído - dados essenciais para qualquer arquiteto elaborar um projeto”. Há quem diga que Niemeyer abandonou o projeto do edifício antes de seu término, mas ele diz nunca ter ouvido tal coisa. Para ele, a construção do Copan enfrentou os mesmos problemas que qualquer obra de grande porte em nosso país, porém ele garante que só encontrou ‘boa vontade das pessoas envolvidas’. Para o arquiteto, a importância do Copan é “agradável” pois é um projeto que ele se lembra com carinho.

Qual a receita para um século de vida? “Primeiro, sentir a fragilidade do ser humano, ser modesto, reconhecer que pouca coisa, na realidade, é importante. Depois, ter na solidariedade a minha principal preocupação”, salienta Niemeyer. Em outra entrevista, dada recentemente ao jornal britânico The Times, Oscar Niemeyer filosofa sobre o ‘hoje’: “a data não é importante. A idade não é importante. O tempo não é importante. A vida é muito fugaz. É importante ser gentil e otimista. A gente olha para o que passou e pensa no que fizemos de bom em nossas vidas. Foi uma vida simples, foi modesta. Cada um cria a sua história e segue adiante. É isso. Eu não me sinto importante, em especial. O que criamos não é importante. A gente é muito insignificante”. Mas cá entre nós, de insignificante ele não tem nada.

Andrezza Duarte & Kátia Kiss

Filho

Recentemente, a história de uma mulher me comoveu. Seu filho se envolveu com drogas e hoje tanto a vida dele, como a dessa mãe, estão destruídas. Sei que ela não é a única. Histórias assim se repetem a cada dia e, por isso, escrevi essa carta baseada em como essa mulher me fez sentir. Não sou mãe, mas em casos como esse, eles são meus filhos também

Querido filho,

Me preocupo com você. Minhas palavras foram em vão. Admito, não sei muito mais do que você, mas o que sei, lhe faria bem. Me preocupo com você, querido amigo. Os conselhos que te dei somente me tiraram o fôlego e me secaram a saliva, seus ouvidos foram fechados para mim. Me preocupo com você por eu ser agora tão insignificante quando você julga o que é melhor para a sua vida. Me desespero ao ver as coisas das quais você abriu mão, quando vejo o que você tem feito consigo mesmo. Meu filho, meu amigo: estenda sua mão, permita que eu lhe puxe para perto de mim. O que sei sobre essa vida repentina, não chega perto de sua verdade, mas apagaria as suas mentiras. Me preocupa conhecer sua obscuridade, sua falta de sede de vida. Me dói ver o quão fundo você chegou sem olhar para trás, sem luz. Querido amigo, de mim você tomou o leite, levou a alma e ao final de tantos e tantos dias, fui seu aconchego. Hoje não tenho peso, ou voz, não tenho mais o calor que calentava o seu sossego. Diga-me o motivo de sua repente espalda... Onde foi que eu errei? Lhe abandonei? Qual gesto, briga ou palavra fez você deixar de confiar em mim? Cheio de vida, movido pela som da vida e do seu ritmo, hoje tem olhos mareados, desencontrados, olhos que esperneiam por atenção.

Querido filho, me preocupo com você. Os estudos, você deixou de lado; suas paixões foram esquecidas junto com tudo que você jurou lembrar para o resto da vida. Já não posso dizer que foram os amigos ou as companhias - hoje sei que é você o seu maior inimigo. Seu corpo já nem está tão bonito, já amarelou, perdeu a leve luz do sol espelhada na sua pele. Quando foi que te perdi? Perdoe-me, não enxergo. Trabalhei demais? Lhe deixei solto demais? Confiei na criação que lhe dei e entreguei você para o mundo. Não fui a melhor mãe, claro que não. Mas não perdi um jogo seu, não deixei de comemorar uma vitória sua. Você, tão pequeno, cheio de curiosidades e sonhos... Quando foi que você cresceu? Eu não vi.

Parece que já não vivemos na mesma casa mas, ainda, seu quarto está ao lado do meu. Você já é um homem, mas perdi a conta de quantas noites passei sentada ao seu lado, olhando você dormir. Engraçado, você ainda dorme de bruços. Hoje você tem barba no rosto, pele áspera e chega em casa depois do sol. Mesmo assim, só lhe reconheço quando você dorme. A serenidade não enfeita mais o seu rostinho, mas filho, você ainda dorme do mesmo jeito. Meu pequeno, você ainda dorme de bruços. E é assim, vendo você dormir que lhe mantenho presente na minha vida. É durante o seu sono, sem sonhos, que te conto do meu dia. Minhas preces não perderam força mas minhas forças é que enfraqueceram, perdidas em minhas preces. Querido filho, é quando você dorme que tenho a certeza de que você está vivo... E isso somente porque sinto e ouço o seu respirar. Porque em qualquer outro aspecto de sua vida e do seu dia, seu coração já esqueceu de bater. E o meu também.

domingo, 30 de março de 2008

"Dia sem sentido que faz todo o sentido do mundo"

Boa noite.
E que noite! Calor, frio, noite estrelada...
Mudanças em vista! Hoje mudei de país, cidade, saí da Via Láctea mas não do meu quarto! Como a mente pode ir longe quando o tempo voa! O dia foi uma reunião de respostas, uma verdade mascarada entrelinhas. Um dia resumido em uma taça de vinho, em três horas de estudos muito interrompidos e nas soluções dos porquês da gregária vida humana. Em outras palavras, estudei para a tão confusa e dramática disciplina de Psicologia. Cheguei à conclusão de que o ser humano é completamente louco. Falamos, fazemos e pensamos coisas e motivos movidos completamente pelo nosso inconsciente. Garanto que irá além de "ser ou não ser" ou de "como você se sente hoje". Novamente, enfrento uma crise de writer's block. Como você pode ver, eu não tenho um objetivo definido com este post... Apenas para expressas sentimentos à flor da pele. Olhos inchados, corpo dolorido e desânimo visível. Será gripe? Desilusão? Saudades? Qualquer que seja o motivo, os sintomas são os mesmos. A diferença é que na gripe você espirra, na desilusão você quebra a cara e no heartbreak (sinônimo claro de saudades no momento), no famoso "coração-partido", você chora. Sutis diferenças. Leves e, muitas vezes, imperceptíveis. A intensidade e a quilometragem é o que define estas diferenças, que caracteriza um resfriado de uma vida que, de repente, perdeu seu tão-pisado chão.
Quero mudar o foco deste blog! Quero falar da febre Hilary-Obama ou até mesmo comentar e analisar a última Ata do Copom. Sinto que deveria abrir um espaço maior para o mundo, para a atualidade. Mas a verdade é que este espaço é meu e que é aqui meu lugar de entrega. Para falar do mundo, escrevo para o NOSSA GENTE. Aqui, nesta tela não muito maior que 20cm, é onde me encontro. É onde posso ser eu mesma. Sem restrições. Sou jornalista... Mas acima de tudo, sou GENTE e preciso de um lugar onde eu possa viver uma gripe, uma desilusão, uma alegria e até mesmo, um lugar onde posso jogar tudo pro alto logo depois de perder um grande amor.

quarta-feira, 12 de março de 2008

O Inimigo Está Ao Lado

Bom dia pessoal!

Devido a recentes episódios polêmicos, publico hoje aqui, um post sobre crimes virtuais. Esse novo inimigo ameaça a sanidade e saúde do mundo eletrônico, poluindo e descaracterizando os melhores aspectos da Internet. Não há segurança e não há tranquilidade. Os crimes virtuais são os grandes inimigos deste século.

A violência ultrapassou barreiras. Saiu das ruas, saiu das favelas e saiu dos faróis. A violência não pode mais ser resumida em seqüestro, bala perdida e assalto. Ela entrou na sua casa, invadiu a sua vida e agora está em toda a parte... E o pior de tudo: saiu do seu computador. Os crimes virtuais estão se tornando cada vez mais ameaçadores para os internautas, principalmente para os jovens expostos ao mundo virtual diariamente. A grande verdade é que a Internet tomou dimensões incríveis em um curto período. A curiosidade que foi gerada nas pessoas apenas impulsionou o crescimento desse fenômeno tecnológico. A cada dia, coisas novas são descobertas, criadas, feitas e desfeitas com um simples click do seu mouse. Eis o poder virtual! A realidade foi substituída por uma nova vida virtual e relacionamentos são mantidos por meio dela. Mas se a vida real foi parar na Internet, é claro que todos os seus pontos negativos foram junto... O crime, inclusive. Burlando a ética, muitos escolheram o mundo virtual como uma porta para realizar atos de violência, como divulgar, expandir e tornar acessível, a pornografia infantil. A polêmica gerada a partir disso foi tão grande, que há sérias penalidades para os criminosos virtuais. Mas o crime vai além: com as mais novas ferramentas, o sequestro também se tornou uma realidade na Internet. Os usuários divulgam dados sobre suas vidas em sites de relacionamento, como o Orkut, e ficam expostos a possíveis seqüestros, pois a partir das informações divulgadas, qualquer um tem acesso a sua vida. Com a Internet, você pode ser encontrado em qualquer lugar do mundo. Os tão comentados "Crimes Virtuais" assustam e ameaçam a população cada vez mais. É necessário estar sempre alerta, principalmente quando se tem filhos. Filtre os sites acessados por eles e assegure o bem-estar de todos. Preserve-se e tenha cuidado ao divulgar informações sigilosas. Em entrevista, o ex-delegado Fábio Garcia* afirma que "estamos expostos à essa violência" e garante que esses crimes não serão tolerados. "A pena não é menor ou menos eficaz para crimes virtuais. Devemos estar sempre alertas, pois eles estão dentro do nosso computador". A Internet é um novo mundo, a chave de acesso a uma nova realidade. Mas como toda realidade, como todo mundo, o crime também está presente.
*nome original mantido em segredo

terça-feira, 11 de março de 2008

Do fundo do baú, a música que te faz sorrir

Recentemente, ouvi um locutor de rádio dizer que Capital Inicial é a melhor banda de todos os tempos. Os fãs que me perdoem, mas que gostinho musical, hein? Isso só me fez refletir... Nos dias de hoje, o gosto musical está em decadência. “Papas na Língua” como a banda mais votada da semana? CPM, Danni Carlos... Ai! Confesso que ouço músicas bregas mas me pergunto: o que aconteceu com o poder de crítica das pessoas? Já não sabem distinguir o bom do ruim? Um som de qualidade do som de NX Zero? Dizem que a música acompanha o desenvolvimento de uma geração. Então eu posso dizer que a nossa geração está perdida. Não posso concordar com esse fanatismo, essa falta de “feeling”, de bom gosto! Mas não posso culpar quem ouve, mas sim, quem escreve e canta! Se bem que quem ouve não tem a mínima noção do que é música. Mil perdões, mas música vai além dessas bandinhas. E depois ainda dizem que se inspiram em grandes artistas! Ha! Até parece! Se as bandas atuais são frutos de grandes inspirações, socorro! Ultimamente, tenho aberto espaço para músicas tiradas do fundo do baú. E cada vez mais me convenço de que “não se faz mais música como antigamente”. Gênios implacáveis como os meninos do Dire Straits, Supertramp e o meu trio-maravilha formado por Phil Collins, Elton John e George Michael. Guns n’ Roses, Bryan Adams, The Doors, Queen. Toni Braxton, Celine Dion, Tracy Chapman. Preciso continuar? O que quero dizer é: cadê os jovens talentos, frutos verdadeiros destes artistas? Para onde foram as notas de bom gosto, as letras com sentido e sentimento? Tudo muda, claro. Mas para mim é difícil nomear outra música além de “Your Song”, como a mais romântica de todos os tempos. Ou alguma outra mais revolucionária que “The Logical Song”, by Supertramp. Ou ainda uma música com mais sentimento que “Against All Odds”. Uma com tanta história e importância para mim quanto “As The World Falls Down”, do lendário Bowie. Existe alguma música que dê mais força para uma mulher quanto “I Will Survive”? Ou uma que conquiste alguém com tanta verdade quanto “Everything I Do”? Ou letras mais bonitas quanto as de Chico Buarque ou Caetano? Trocadilhos mais inteligentes que os feito por Renato Russo? Acho difícil. Que tal resgatar aqueles discos de vinyl antigos ou aqueles CDs empoeirados? Que tal ouvir uma boa música? Comece por estas indicadas e depois se entregue. Não posso generalizar... Há ótimos grupos hoje em dia. Mas cuidado! Não vá muito além de Coldplay, Dave Matthew's Band e Radiohead. Fique dentro dos parâmetros de Los Hermanos e Aerosmith. E olha que estes nem são tão novos assim! Saiba diferenciar. Gostaria de citar outros artistas que considero importantes na história da música, muitos que valeriam a pena mencionar aqui. Mas vamos em frente. Você pode gostar do lixo musical que invade nossos ouvidos... Mas compare com o que é verdadeiramente música e veja por si mesmo. E depois me diga se o que você anda ouvindo é música ou tentativas musicais. Não caia na moda de Jack Johnson, John Mayer e derivados. Não se entregue ao som de Arctic Monkeys ou do Capital Inicial. É saudável “despirocar” e dar chances para os “sem-talento” de hoje. O importante é você saber voltar. Saber voltar para o verdadeiro significado de música. Mas não dêem ouvidos a mim. Isso tudo não passa de uma opinião. Talvez o locutor da tal rádio tenha mesmo a razão: talvez o Capital Inicial seja a melhor banda de todos os tempos e eu é que me enganei. Então, se este for o caso, aqui vai uma dica: fechem esta página e liguem o rádio! As sete melhores vêm aí!

Abro este espaço para incluir um comentário anônimo que me agradou e com o qual eu concordo. "Anônimo", obrigada pela participação! Sua opinião, e a de todos, é sempre bem-vinda!!

"Concordo em parte. Muitas músicas que foram consideradas "ruins" na década de 90, hoje são clássicos que todos adoram. Minha opinião: toda geração tem o seu ritmo musical, e saberemos se realmente são memoráveis, daqui a 10 anos. Cada tribo tem seu gosto e cada banda fará de tudo para ganhar em cima deste 'gosto'. "

sexta-feira, 7 de março de 2008

Gente

Novamente uso esse espaço para um desabafo. Na verdade, para “verbalizar” uma recente necessidade minha, a necessidade de “gente”. Você já sentiu isso? Bom, essa é a minha primeira vez e confesso que estou um pouco confusa. Eu nunca fui uma pessoa que precisou de outras. Sempre tive muitos amigos queridos próximos a mim e isso é fundamental! Mas ultimamente essa “falta de gente” tem me incomodado e não consigo encontrar outra palavra melhor que “necessidade” para descrever o que eu sinto. Não digo que preciso de mais amigos ou de amigos melhores! Muito pelo contrário! Os que eu tenho são os melhores do mundo! Hoje, a noite está escura e a única coisa em que consigo pensar é em quantas pessoas estão ao meu redor nesse exato momento e que eu nunca vou ter a oportunidade de conhecer. Você já parou pra pensar nisso? Há tantas pessoas nos prédios ao lado do seu, pelo menos uma em cada apartamento. Tem tanta gente para conhecer, pra ensinar, pra aprender, tanta vida pra absorver. Imagine o que cada uma tem a lhe dizer, a lhe confidenciar, cada gota de coragem que lhe dariam! Como seriam bons amigos! Viajariam juntos, dariam boas risadas, brigariam e até sairiam no tapa. Estenderiam um barbante de uma janela à outra com duas latas vazias de leite condensado em cada ponta, e assim, conversariam como duas crianças. Quantas aventuras e memórias nós estamos deixando de viver por não conhecer quem está aqui do lado. Quando digo que preciso de gente, me refiro à sede que tenho de viver e aprender mais e mais com os outros. Não peço amigos, não peço laços indestrutíveis por uma vida inteira. Peço gente. Peço companhia, ouvidos e corações abertos. Peço pessoas que sejam diferentes para que eu possa aprender a respeitar e para que me respeitem. Quero pessoas com seu próprio espaço, pessoas que não abrem mão dele. Quero a mesma pessoa para todas as situações e isso quer dizer que quero pessoas verdadeiras consigo mesmas, que não mudem a cada momento, a cada dificuldade e com cada pessoa. Quero pessoas seguras o suficiente para não precisarem de mim, mas inseguras o suficiente para sentirem a minha falta. Quero gente alegre, gente inteligente, gente que sabe o que quer da vida, mesmo que esse querer se resuma a nada. Quero gente que saiba quando brigar e quando passar a mão na cabeça. Quero pessoas que mesmo quando eu estiver errada, enfrentem o mundo inteiro só para me dar razão e que depois, e somente depois, me encoste na parede e brigue comigo. Preciso de gente que saiba ouvir... E em alguns momentos, somente ouvir. Sei que todos nós temos carências, mas cansei de ouvir sempre. Quero e preciso falar. Não preciso ser ouvido, mas preciso falar. Gritar. Espernear. Bater em panela e fazer estardalhaço. Muitas vezes, só precisamos disso. De um momento egoísta, quando o foco é a gente. É engraçado como todos acham que sempre dão mais do que recebem... Ou seja, muita gente anda distraída. Muita gente passa a vida sem prestar atenção. Eu faço um pedido: gente. Branco, rosa, negro, verde. Alto, anão, formiga, elefante, girafa, mosca ou canário. Com, sem, sim, não. Qualquer um, algum, alguém, ninguém. Seja como for, preciso de gente. Preciso de gente pra jogar pro alto e que ainda consiga cair a tempo de me segurar. Preciso disso e somente disso. De gente. Gente reciclada, gente renovada. “Gente” que sinta falta de “gente”.

quinta-feira, 6 de março de 2008

Enquanto isso no Brasil...Deu pane no sistema!

Um mês de palhaçada no mundo já rendeu história para o resto da vida! Uma sobrecarga de informação incalculável invadiu os jornais mundiais nos últimos 30 dias! Brasil agora é mediador sul americano! Lula – O Apaziguador. Com o vai-e-vem incansável de desculpas e ataques ofensivos, já dá pra fazer uma co-produção cinematográfica entre Venezuela, Colômbia, Equador e Brasil! E o Oscar vai para... "Onde os Fracos Não Têm Vez", estrelando Chávez, Uribe, Correa e nosso queridíssimo presidente, Luizinho, em seu melhor papel! Falando em cinema, o alvoroço causado pelo polêmico "Bope", finalmente valeu a pena! A tropa trouxe o famoso Urso de Ouro de volta ao Brasil, calando as piores críticas ao filme. Com confiança sempre chegamos lá! Aonde quer que “lá” seja!
Cada vez menos conseguimos assimilar a magnitude e a dimensão tomada. De pernas para o ar, a história mundial embarcou em uma nova era: Fidel Castro já era! Estamos vivos para presenciar um dos fatos mais marcantes do século, a renúncia (?) de uma das principais figuras políticas de todos os tempos. E agora? Daqui para frente, o que será do povo cubano? Viverá de charutos! E com papel higiênico! Enquanto isso no Brasil, embriões são a solução! Arriscado, claro! Mas por que impedir o desenvolvimento da ciência? Vamos viver! Dar uma chance à saúde, uma chance à vida! Coisa que brasileiro não faz... E dados comprovam! Este é o país com maior consumo de inibidores de apetite! Que vergonha! Minha gente, que tal aderir à boa e velha academia? Assim ninguém vai precisar de células-tronco!

E um par de asas iria muito bem! A cada ano, o Estado de São Paulo ganha mais de 100 mil novos motoristas! Mais congestionamento, mais irritação, mais acidentes e mais 200 doidos nas ruas a cada dia! É brincadeira? Falando em “palhaçadas”, o presidente Bush revelou seus dotes artísticos! Ensaiou alguns passos em apoio à campanha de John McCain! Sem medo de ser feliz! Entre tapas e danças, a disputa americana segue acirrada! Hillary e Obama dividem o país! Os Estados Unidos se preparam para mais uma decisão importante! Qual será o futuro do país de ninguém? O bem da verdade é que apenas uma coisa importa: o Bush já dançou!


Esta crônica será publicada no jornal americano "Nossa Gente" no dia 16 de março, em sua edição de aniversário. Jornal dedicado à comunidade brasileira que reside na Flórida - Estados Unidos. Faço parte do grupo de colaboradores do jornal e assim, aos poucos, vou me realizando. As realizações vêm aos poucos...e na medida certa.
Aqui vai minha mensagem para toda a equipe do jornal:
"Um ano de luta, suor e finalmente, sucesso. Além de prestar um serviço social, o Nossa Gente informa de maneira descontraída. Mas acima de tudo ele ampara, porque afinal, brasileiro é 'nossa gente' em qualquer lugar do mundo! Parabéns a todos!

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

Enquanto isso no Brasil... Mudanças, já!

Agora sim! Seja bem-vindo, 2008! Passado o Carnaval, o país começa a entrar no eixo! Aos poucos tudo volta ao normal: a mesma loucura, a mesma pressa! Neste começo de ano ainda todos muito tranquilos, apenas desejando mais um carnaval, mais uma época de festas e mais férias (para os sortudos que as tiveram). O sol já se escondeu novamente, dando lugar à chuva torrencial e ao friozinho que assombra os estados mais baixos do país. O prometido verão insuportável já não assusta a maioria, mas faz com que muitos lamentem o fim de mais um período quente - algo que, pelo menos na cidade de São Paulo, não se via há muito tempo. Falando em pegar fogo, os Estados Unidos já estão, "politicamente", a todo vapor!

Enquanto isso no Brasil, a febre é outra! Febre amarela! Vê se pode? Em pleno ano 2008, nosso país enfrenta uma crise como esta! Sei que lugar de crise é no Brasil, mas febre amarela? Acreditem: muitos estrangeiros me perguntaram se precisariam se vacinar para ir ao Brasil! Eu disse que sim, mas não contra febre amarela! Haha. E o mundo está, cada vez mais, de pernas para o ar! Galinha no México bota ovo verde enquanto em São Paulo, motoboy ganha faixa exclusiva! Como se não bastasse, o transporte público paulistano ficou ainda mais caro!

E a Justiça brasileira finalmente mostrou eficiência! Os quatro acusados pela morte de João Helio foram condenados. Pudera, passado um ano e com a pressão de uma das maiores repercussões da mídia dos últimos tempos, o que mais era de se esperar? Enquanto isso, um dado assustador: a cada sete minutos, um preso é solto em São Paulo! (E ainda insistem no indulto). Falando em eficácia, agora cachorro tem faro para identificar CDs e DVDs piratas! Pena que não para encontrar telas de Portinari e Picasso! Com certeza teriam encontrado os envolvidos no caso Masp bem antes da polícia!

E depois de um breve "passeio" pelo Chile, os parlamentares brasileiros ilhados na Antártida voltaram para casa! A Marinha deveria fazer mais convites desse naipe aos políticos! Boa estrátegia para ser aplicada lá no circo brasiliense, que agora, até Lobão tem! Estamos em ano eleitoral...Mudança? Mesmice? Devemos encarar como uma nova oportunidade para o crescimento! Estou confiante! Quem sabe, desta vez, qualquer coisa mude? Enquanto isso, que tal uma viagem à Antártida, presidente Lula?
Mil perdões pelo atraso! Esta crônica foi impressa no jornal Nossa Gente, edição nº11.