segunda-feira, 5 de novembro de 2007

Duas histórias interessantes


Vou aproveitar um único post para lhe contar duas situações que ocorreram nos últimos dias. Dois momentos que me chamaram a atenção por serem inusitados e curiosos. Vamos lá!

Em alguma sexta-feira, sentei-me para tomar café-da-manhã com duas colegas de trabalho. Era uma sexta-feira de feriado e o movimento na empresa era calmo. Papo vai, papo vem e, como você bem conhece mulher, um assunto puxa o outro e quando percebemos, desviamos completamente do tema inicial. Não me recordo qual era, só sei que nós chegamos ao tema traição. Pessoalmente, eu jamais tive que enfrentar uma situação de traição (que eu saiba, não é?) e honestamente, não sei qual seria a minha reação. Mas levando em conta a minha personalidade e os meus valores, não acredito que conseguiria esquecer. Perdoar, eu perdoaria, porque acredito que não cabe a mim tomar uma decisão tão terrível quanto perdoar ou não. Mas esquecer... (?) Enfim, discutimos o tema e percebi que era a única na mesa que mantinha esta posição sobre traição. Uma das moças que estavam comigo acredita que nos dias de hoje, é necessário perdoar, pois todos nós estamos vulneráveis à tentação e a cometer deslizes. Ela disse ainda que se não perdoarmos traições, ficaremos sozinhos. (Só quero deixar clara a minha opinião a respeito do último comentário dela: prefiro ficar sozinha.) A outra moça na mesa, quieta até então, disse que também perdoaria. O perdão dela partiria do amor, para preservar um relacionamento longo e se fosse o caso, para preservar a família. Ela apresentou um bom argumento: família. Será que vale a pena manter um relacionamento pelos filhos? E a sua felicidade? Caso não tenha filhos, vale à pena, enquanto namorado (a), continuar com uma pessoa que já não lhe demonstrou fidelidade? Esta foi uma das situações que me deixaram estupefatas. Aceito e respeito a opinião dos outros e não acredito que a minha verdade seja absoluta, mas convenhamos, ser traído ou trair? Isto este dentro de qualquer parâmetro social? E o respeito? Amor próprio? Minhas colegas que me perdoem: não concordo. Acredito que cada caso é um caso e como nunca estive nesta situação, não posso dizer. Muitos fatores influenciam a sua decisão. Sua bagagem, situação atual, enfim, não posso dizer por você. Na verdade, nem por mim. Mas coloco na mesa este debate: devemos perdoar simplesmente pelo fato de talvez ficarmos sozinhos? Devemos perdoar simplesmente pela vulnerabilidade do ser humano, da falta de índole e caráter? Atrações e tentações todos nós temos. Somos seres humanos, de carne e osso. Mas, o que difere a sua índole de uma índole traíra, é o que você faz diante destas atrações e tentações. Seus valores entram em jogo, o amor pela outra pessoa, o amor próprio. Se você trair, cale-se para sempre. Agora, se você não trai, se você não se permite cair na tentação e ceder à atração, por que você deveria perdoar alguém que cedeu? Se você se manteve firme e forte, por que perdoar quem não se manteve, quem não teve tamanha consideração? Está em aberto. Está em jogo. Talvez, qualquer dia, você esteja do outro lado da situação... Mas aí a questão em pauta não é mais o perdão: é a cara-de-pau.



Fui jantar com minha família em uma sexta-feira de feriado. Fomos a uma pizzaria no bairro de Moema e o céu estava ameaçando abrir espaço para um temporal. Sentei-me à mesa nos fundos do restaurante e reparei que havia uma sala ao lado, cujo toldo estava erguido. Uma sala ao ar livre, super agradável e refrescante. A noite estava quente e desejei ter sentado lá. Ventiladores ligados e aquele calor insuportável tiravam um pouco da fome de todos. Olhava os que estavam comendo suas pizzas ao ar livre, tomando suas cervejas e refrigerantes com a brisa da noite e à luz do luar. De repente, percebo que todos ficam incomodados e inquietos. Uma fina garoa começa a cair sobre as pessoas, dentro do restaurante. A fina garoa virou chuva... E em questão de segundos, os pingos estavam grossos e pesados. As pessoas se levantaram e saíram da sala em direção a minha mesa para se protegerem da chuva. Foi uma cena e tanto: chuva caindo dentro do restaurante, inundando pratos, cadeiras, toalhas, pizzas e refrigerantes. Os garçons tentavam fechar o toldo, mas não conseguiam – ótima hora para quebrar! Desesperadas, as pessoas voltavam à sala para recuperarem os seus pertences como bolsas, brinquedos das crianças e celulares. E voltavam encharcadas. A sala estava praticamente inundada quando conseguiram, finalmente, fechar o toldo. A aniversariante perdeu alguns presentes e algumas de suas flores afogaram. Uma cena inesquecível. Parecia um filme Hollywoodiano, aqueles onde a chuva estraga todo o casamento. Enfim, queria dividir este momento inusitado com vocês. Mas você sabe o que dizem: chuva no dia do aniversário é sorte. Agora, chuva dentro da festa, em cima do aniversariante supera qualquer superstição.

4 comentários:

Anônimo disse...

Achei muito legais as crônicas e a segunda, inclusive, me fez recordar aquele jantar! Realmente foi hilária a cena!!! Não vou esquecer! Coitados...mas àquela altura, até eles estavam levando na esportiva! Boa idéia escrever sobre isso!

Anônimo disse...

Cheguei depois disso ter acontecido, queria ter visto... Apesar q minha situacao nao era muito diferente das pessoas que estavam sentados la fora. Do meu carro até a entrada do restaurante, foi o suficiente pra me deixar quase todo molhado... Esse dia choveu muito. Tirando a chuva foi mto bom esse dia.

Parabens pelo Blog vazia tempo q nao postava hehe... Bjao

supercheese disse...

Olá, quero dar os parabéns pela forma com que essas crônicas foram escritas, relatando com humor e seriedade ao mesmo tempo, situações reais.
Em relação à primeira, na minha opinião a autora tem relativa razão, pois quem ama não trai, independente de qualquer situação, por outro lado, perdoar é uma forma de demonstrar amor e humanidade, sentimentos raros nos dias de hoje.

Repito os parabéns e realmente gostei muito continue assim.

Anônimo disse...

adorei o blog em s2