Se brasileiro dentro do Brasil já fica perdido, imagina só, um americano. Um americano que nunca saiu do país, cujo nome ninguém sabe pronunciar, visivelmente estrangeiro, quase 2 metros de altura e com um vocabulário em português um tanto quanto limitado (limitado a três palavras: “obrigada”, “por favor” e “de nada”. Ah, e a frase, “não falo português”). Mas diferenças à parte, este é o perfil do jovem estudante de economia, Bill Hill*. Um jovem não muito diferente do jovem brasileiro: também não sabe o que quer fazer da vida (perdoe-me, salvo raras exceções), apaixonado por futebol e adora uma farra. Bill já chegou ao Brasil descascando abacaxi, “com as costas nos pés”, com a casa caindo. Depois de escalas no Panamá e Nicarágua, atraso e desvio de vôo pra Viracopos, ele vai virar é santo e entrar no céu! Só não entra se Deus achar que ele é brasileiro tentando pegar avião em Cumbica.
Ele chegou. E chegando. Marcou território, implantou a folga e decidiu ser feliz! Hospedado em um hotel na mesma rua onde moro, paz já não faz parte do meu vocabulário (deveria ensinar essa pra ele). Dentro do azar, tive sorte... Ele ia ficar hospedado mais perto ainda... dentro do meu quarto. Mas como sou amante da boa privacidade, reservei um hotel e mandei-o pra lá, de táxi. Noventa e seis reais depois começou a saga de Bill Hill na cidade de São Paulo.
Antes de continuarmos, devo informar que Bill não apresenta qualquer reação ou emoção.
Foi empregada a apatia americana.
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